Neste domingo, 19, Alagoas celebra quatro anos desde o início da vacinação contra a covid-19 no estado. Para Marta Antônia de Lima, a primeira alagoana a receber a dose do imunizante, o momento foi marcado por muita emoção e esperança.

Em entrevista ao EXTRA, a assistente social de 54 anos relembrou o momento histórico e refletiu sobre o impacto da vacinação no combate à doença.

"O momento em que recebi a vacina foi um dos mais importantes e marcantes da minha vida. Fazer parte de um período tão difícil da história da saúde pública, sendo a primeira alagoana vacinada contra o vírus da covid-19, é uma honra para minha trajetória pessoal e profissional", destaca Marta.

Na época em que Marta recebeu a vacina, a covid-19 estava no pico de casos confirmados e mortes decorrentes da doença. Como profissional atuante em hospital, ela presenciou de perto os horrores da pandemia.

"No momento em que recebi a vacina, só conseguia lembrar de tudo que vivenciava no hospital: o sofrimento dos pacientes e familiares. A vacina representava a possibilidade de superarmos aqueles momentos difíceis", relata.

"Quem viveu tão de perto os momentos mais críticos da pandemia nunca será o mesmo. O olhar para a vida e para o que realmente importa muda completamente"

Ela também destacou a importância do trabalho do assistente social durante a pandemia. Para Marta, a profissão ganhou mais visibilidade pelo papel de humanizar o atendimento aos pacientes.

"Do ponto de vista profissional, o que mudou foi o reconhecimento de um trabalho que já desempenhava no sistema público de saúde e que, com a vacinação, obteve mais visibilidade", afirma.

O primeiro lote de vacinas chegou ao estado no dia 18 de janeiro de 2021. Foram 87.760 doses de imunizantes da CoronaVac destinadas aos profissionais de saúde da linha de frente, idosos acima de 75 anos e indígenas aldeados.

Naquele momento, 2.629 pessoas já haviam morrido em decorrência da covid-19. O início da vacinação diminuiu o risco de mortalidade e as complicações da doença. Desde então, os números de mortes têm caído significativamente.

Durante todo o ano de 2021, foram registrados 3.750 óbitos. Em 2022, houve uma queda expressiva, com 733 mortes. Em 2023, foram 97 óbitos, e em 2024, apenas 33. Este ano, até o momento, nenhuma morte por covid-19 foi registrada.

Apesar dos avanços, a cobertura vacinal entre o público infantil permanece baixa. No início do mês, a Prefeitura de Maceió informou que apenas 17,51% das crianças de 6 meses a 4 anos e 11 meses receberam a primeira dose do imunizante, e apenas 8,90% completaram o esquema de duas doses.

Para aqueles que ainda têm dúvidas sobre a vacina ou não levaram os filhos para completar o esquema vacinal contra a covid-19, Marta deixa um recado:

"Ainda temos resquícios da pandemia, o vírus ainda está presente, mas a vacinação foi fundamental para o controle da doença nesses últimos quatro anos. O esquema vacinal completo é muito importante para garantir a eficácia da vacina. Portanto, sempre que recomendado, vacine-se."