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Pernambuco registra óbito por raiva humana em vítima de mordida de sagui

Primatas são comuns nas áreas urbanas de Alagoas, mas podem transmitir a doença de alta letalidade
Por Brasil de Fato 19/01/2025 - 08:42
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Divulgação
Saguis são comuns na fauna brasileira, inclusive em áreas urbanas, mas podem transmitir a raiva por arranhadura ou mordida
Saguis são comuns na fauna brasileira, inclusive em áreas urbanas, mas podem transmitir a raiva por arranhadura ou mordida

O Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HOUC), no Recife, confirmou este mês um novo caso de raiva humana com óbito, algo que não era registrado em Pernambuco há oito anos. A paciente Ivoneide Maria da Silva, de 56 anos, anos deu entrada no hospital em 31 de dezembro, após ser atacada na mão esquerda por um sagui, espécie muito comum na área urbana e rural também em Alagoas. 

Em uma semana a dormência se irradiou para o tórax, acompanhada de dores e fraqueza. Exame realizado pelo Instituto Pasteur confirmou a infecção pelo vírus da raiva humana, doença cuja letalidade é próxima dos 100%. A vítima é de Santa Maria do Cambucá, município na região Agreste do estado. 

O vírus pode passar de 2 a 10 dias incubado após a entrada no corpo humano. Após este período, a pessoa contaminada sente fortes dores de cabeça, febre, náuseas, dor de garganta, perda de sensibilidade, paralisia e alteração de comportamento (irritação, inquietação e ansiedade).

A medida mais eficaz, informa a Secretaria de Saúde de Pernambuco, é a vacinação pré ou pós-contato com o vírus. O Ministério da Saúde distribui a vacina antirrábica humana, soro antirrábico humano e imunoglobulina antirrábica humana - os três medicamentos da profilaxia contra a doença.

O vírus do gênero Lyssavirus e da família Rabhdoviridae também pode ser transmitido por macacos, morcegos, guaxinins, raposas, cães, gatos, suínos, ovinos, bovinos e equinos. A contaminação acontece por mordida, arranhão ou mesmo lambida de animais já infectados. As transmissões no país foram em consequência de contato com morcegos (24, metade do total), cães (9), macacos ou saguis (6), gatos (4), raposas (2) e boi (1).

No Brasil, de 2010 a 2024, foram registrados 48 casos de raiva humana (média de 3,4 casos por ano). Só dois casos registrados pelo ministério sobreviveram, um homem pernambucano, em 2008, e o segundo caso foi um menino de 14 anos, no Amazonas, em 2018.

Queimadas e contato com vida silvestre


Nos dias anteriores ao contato da mulher com o animal, houve uma série de queimadas em áreas de matas na região, com a fuga de diversas espécies. “Esses animais são diferentes dos domésticos, que devem ser vacinados”, diz Eduardo Bezerra, diretor de Vigilância Ambiental de Pernambuco. “Há muitos anos não temos casos de raiva em humanos no estado. Mas é comum identificarmos em animais de mata”, explica ele. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) recomenda que, em caso de a pessoa sofrer agressão de um animal silvestre, deve buscar profissionais de saúde para a profilaxia (aplicação de vacina ou soro).


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