10 ANOS DE LUTA

Mulher vira policial e prende homem que a abusou sexualmente na infância

Crime, cometido por um amigo da família, foi denunciado por ela aos 15 ano
Por Redação 04/02/2025 - 09:13
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Reprodução/Instagram
Jessica Martinelli, vítima de abuso sexual entre os 9 e 11 anos
Jessica Martinelli, vítima de abuso sexual entre os 9 e 11 anos

Jessica Martinelli, vítima de abuso sexual entre os 9 e 11 anos, conseguiu prender seu agressor após se tornar policial civil em Chapecó, Santa Catarina. O crime, cometido por um amigo da família, foi denunciado por ela aos 15 anos, mas enfrentou resistências das autoridades. Aos 25, já como policial, Jessica participou da prisão do homem em dezembro de 2016, encerrando um ciclo de 10 anos de luta por justiça.

Os abusos ocorreram por cerca de dois anos e meio, cessando apenas após o rompimento da amizade entre o agressor e a família de Jessica. Na época, ela não se sentia à vontade para relatar o ocorrido aos pais, mas desabafou com amigas e uma vizinha. Aos 15 anos, incentivada por uma amiga, Jessica contou à irmã, e ambas foram à delegacia, onde enfrentaram dificuldades para que o caso fosse levado a sério.

Jessica acredita que a experiência a motivou a ingressar na Polícia Civil. Ela via nas mulheres policiais a força e a coragem que desejava ter. Aos 33 anos, ela lançou um livro contando sua história, com o objetivo de encorajar outras vítimas a denunciarem crimes semelhantes. Jessica destacou que sua ação trouxe conforto a muitas pessoas que não tiveram a mesma oportunidade de justiça.

“A minha ação, o meu ato, de certa forma, trouxe conforto para elas [outras mulheres]. Porque muitas não têm mais como, pela questão de tempo, já não tem mais como prender o agressor”, disse em entrevista ao G1.

A prisão do agressor foi um momento marcante para Jessica. Ela descreveu a sensação de encerramento de um ciclo doloroso, mas também de medo e ansiedade ao participar da operação. O homem foi julgado com base em leis anteriores e já está em liberdade. Jessica ressaltou a importância de denunciar e buscar apoio, enfatizando que a culpa nunca é da vítima.

Ela aconselha outras vítimas a não guardarem silêncio e a procurarem alguém de confiança para compartilhar suas histórias. Jessica acredita que a prisão do agressor pode auxiliar no processo de cura e que é essencial mover as estruturas para garantir que a justiça seja feita. Sua trajetória serve como inspiração para quem busca superar traumas e lutar por reparação.


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