O presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca manter o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em sua órbita de influência, mesmo após o fim de seu mandato no comando da Casa. Lula cogita nomeá-lo ministro ou, ao menos, permitir que o deputado indique um nome de confiança para um cargo ministerial. No entanto, Lira tem demonstrado desinteresse na proposta.

A resistência do parlamentar alagoano tem razões estratégicas. Em 2026, ele enfrentará o grupo político dos Calheiros, aliado de Lula, e deseja se manter em posição de oposição ao petista no estado.

Para tentar atrair Lira e, ao mesmo tempo, estreitar laços com o agronegócio, Lula sinalizou a possibilidade de entregar ao deputado o comando do Ministério da Agricultura, atualmente sob o controle do PSD.

O atual ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem sido alvo de críticas dentro do governo e de seu próprio partido. Recentemente, aceitou usar um boné com o slogan do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em um evento, gesto que gerou polêmica. A iniciativa foi interpretada como uma tentativa de se manter no cargo diante da fritura que enfrenta.

Dentro do PSD, há pressão para que Fávaro seja substituído. Parlamentares da legenda sugerem entregar a frágil pasta da Pesca em troca da manutenção de influência no governo.

Lula já tem consciência de que não contará com Lira em seu palanque na disputa presidencial de 2026. Ainda assim, o presidente trabalha para minimizar a influência do PP na oposição, buscando neutralizar a sigla no xadrez eleitoral. (Com Diário do Poder)