MEIO AMBIENTE

Empresa que extrai areia em Feliz Deserto para Braskem é denunciada ao MPF

Quantidade de areia retirada é estimada em 600 mil m³, equivalente a 1.700 toneladas
Por Redação 13/02/2025 - 11:29
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MPF
Imagem anexada na denúncia encaminhada ao MP Federal
Imagem anexada na denúncia encaminhada ao MP Federal

Moradores de Feliz Deserto, a 115 km de Maceió, denunciaram ao Ministério Público Federal (MPF/AL) a empresa Geomineração Exploração Mineral Ltda por extração predatória de areia. O material é vendido à Braskem S/A para tamponamento de minas em Maceió.

A população pede a suspensão da retirada de areia e investigação dos impactos. Os denunciantes requerem a avaliação dos danos ambientais e sociais, além da implementação de medidas compensatórias.

Os moradores também apontam riscos como a formação de crateras próximas à AL 101 Sul e relatam rachaduras em imóveis e desgaste de vias públicas devido ao tráfego constante de caminhões.

A quantidade de areia retirada é estimada em 600 mil m³, equivalente a 1.700 toneladas, com 720 viagens de caminhões por mês. Diante disso, a população solicita a avaliação da Defesa Civil.

Os moradores também pedem o acionamento do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) para examinar os impactos da extração. A representação conta com o apoio do Observatório Ambiental/AL, BRcidades Maceió e do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM).

Situação foi denunciada por ex-deputado

Ainda em 2024, o ex-deputado federal Régis Cavalcante, presidente do Cidadania em Alagoas, acusou a prefeita Rosiana Beltrão (PP) de fazer “vistas grossas” para a extração predatória de areia na praia de Feliz Deserto.

De acordo com Cavalcante, a retirada de areia para a Braskem tamponar as minas de sal-gema desativadas está acabando com as dunas de Feliz Deserto, comprometendo um rio que passa por perto e ameaçando a região considerada como pantanal alagoano, localizado no extremo Sul do Estado.

“Lamentável, que os órgãos ambientais concederam licença para retirada desta areia. A prefeitura não devia permitir. Essa é o pantanal alagoano não pode ser tratado por interesses comerciais. Isto tudo, precisa ser bem esclarecido, espero que o Ministério Público Federal tome rapidamente uma atitude contra o que considero um verdadeiro crime ambiental”, afirmou Regis Cavalcante.

Segundo ele, a operação tamponamento não pode servir de desculpa para a Braskem cometer outro crime ambiental, desta vez acabando com as dunas do Litoral Sul do Estado. 

“Tudo para cobrir outro crime ambiental da Braskem, uma indústria falida que abandonou de forma cruel a população dos Flexais”, acrescentou o ex-deputado federal.

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