Orçamento Secreto
Glauber Braga acusa Arthur Lira de liderar o suposto esquema de corrupção
Deputado do PSOL defende maior transparência e cita Prefeitura de Rio Largo
O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira, 13, no âmbito do inquérito que apura desvios no "Orçamento Secreto" da Câmara dos Deputados.
Braga responsabilizou o ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), pela falta de transparência no uso dos recursos e por liderar o suposto esquema de corrupção que teria desviado milhões de reais em emendas parlamentares.
O deputado afirmou que o episódio de manipulação ocorreu no final do ano passado, quando Lira cancelou as reuniões das Comissões, justificando que o objetivo era priorizar a pauta do plenário. Ainda na entrevista, Braga destacou os recursos recebidos pela Prefeitura de Rio Largo, durante gestão do ex-prefeito Gilberto Gonçalves.
"Vou dar um exemplo objetivo: o município de Rio Largo, em Alagoas. O ex-prefeito, que terminou o mandato recentemente, foi preso nos anos de 2007, 2010, 2014 e 2022 por corrupção. Ele está, inclusive, respondendo a mais um processo por corrupção no Ministério Público do Estado", disse.
E acrescentou: "Houve uma operação chamada 'Beco da Pecúnia', que demonstrou que recursos do orçamento secreto saíam de Brasília e iam para o município. Duas empresas eram contratadas, retiravam dinheiro na boca do caixa com mais de 200 saques e entregavam esse dinheiro para assessores do prefeito em um beco, que, diretamente, iam para o prefeito da prefeitura. Foram 90 milhões de reais."
Ao comentar o futuro da gestão da Câmara, Glauber Braga expressou a esperança de que o novo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), adote critérios que garantam a transparência dos recursos.
"Espero que Arthur Lira seja devidamente responsabilizado e que os demais deputados, incluindo o atual presidente, percebam que essa estruturação de um projeto de poder que captura o orçamento público de maneira irregular não pode continuar. É isso que eu espero", concluiu o parlamentar.
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