O réu Albino Santos de Lima afirmou em audiência nesta sexta-feira, 21, que foi "possuído pelo Arcanjo Miguel" ao cometer os assassinatos pelos quais responde. Ele é acusado de matar 18 pessoas.

Durante o depoimento sobre as mortes de Louise Gybson Vieira de Melo e Tâmara Vanessa da Silva Santos, Albino declarou que não se lembra dos crimes e que teria agido sob influência de uma entidade espiritual.

“O que aconteceu de fato eu não me recordo, eu fui possuído pelo Arcanjo Miguel da justiça. Na Praça Padrinho Cícero, eu estava saindo da igreja em direção à minha casa e fui possuído pelo fogo do Arcanjo Miguel. Eu não sabia que era eu, eu fiquei sabendo depois da perícia que eu usei a pistola do meu pai, que ele não tinha conhecimento que eu usava pra fazer essa vontade divina.”

Disse ainda que a entidade o orientava a ir até cemitérios e fotografar lápides. “O arcanjo ordenava que eu fosse ao cemitério e tirasse fotos das lápides das vítimas, mas eu não sabia a causa.” Afirmou também que ainda ouve vozes, mas evitou detalhar o que elas dizem. “Eu não tenho permissão pra falar sobre isso. Ele não me dá autoridade pra falar aqui na Terra, é um assunto celestial.”

Ao ser questionado pelo promotor sobre seu estado mental, Albino declarou: “Eu já percebi que tenho um certo distúrbio mental, isso com a depressão agravou. Eu estava ouvindo vozes há um bom tempo.” Durante a audiência, pediu para ser internado. “Depois de todas essas coisas pelas quais eu fiz, eu peço que me interne, eu vejo uma necessidade.”