Albino Santos

Serial killer de Maceió afirma ter 'loucura' e pede internação psiquiátrica

Réu afirmou que foi possuído por uma entidade ao cometer alguns dos crimes
Por Bruno Fernandes e Ana Luíza Ambrósio 21/03/2025 - 12:40
A- A+
Ana Luíza Ambrózio
O réu Albino Santos de Lima, serial killer suspeito de 18 homicídios, durante audiência
O réu Albino Santos de Lima, serial killer suspeito de 18 homicídios, durante audiência

O réu Albino Santos de Lima, acusado de assassinar Tamara Vanessa Silva Santos no Vergel do Lago, afirmou durante audiência nesta sexta-feira, 21, que tem problemas mentais e solicitou internação psiquiátrica. Ele, que é acusado de 18 homicídios, disse que seu advogado possui laudos médicos que comprovariam sua condição.

“Eu peço que o senhor me encaminhe para um tratamento psicológico mais adequado”, declarou Albino. Questionado sobre os fatos, disse que se lembra de ver Tamara traficando perto da UPA antes do crime — Fato negado por testemunhas —. “Eu me recordo que muito antes do ocorrido, ela traficava atrás da UPA, eu me recordo de ver essa jovem traficando.”

Sobre o dia do crime, afirmou: “Logo após que saí da igreja Assembleia, lembro de ir em direção à Praça Santa Tereza e depois eu não me lembro o que ocorreu, só ouvi depois que uma jovem foi baleada e soube depois através da balística que a bala saiu da arma do meu pai.”

Quando perguntado se nunca buscou tratamento antes de ser preso, respondeu: “Depois de todas essas coisas pelas quais eu fiz, eu peço que me interne, eu vejo uma necessidade, são coisas que eu não me recordo. Isso é um fato, então como estou com problemas mentais, peço que o senhor me interne em uma clínica psiquiátrica.”

Ao ser questionado pela promotoria se sempre buscava um perfil, Albino respondeu que "estava sendo possuído por uma entidade sagrada. Eu não respondia pelos meus atos. Todas essas vítimas são de fato traficantes, eu não posso atribuir o crime a mim, eu estava sendo usado.”

Testemunhas relatam ataque a tiros que matou Tamara Vanessa no Vergel

O marido da vítima, José Gustavo Carvalho Silva, contou que estava com Tamara e uma mãe de santo quando o ataque aconteceu. Eles voltavam de uma festa de candomblé quando tiros foram disparados em uma esquina. José Gustavo foi atingido nas costas, glúteo e coxa. Tamara morreu no local.

Outra testemunha, Leidjane Gomes de Freitas, também foi baleada na cabeça e ficou internada com risco de perder a visão. Ela afirmou que Tamara nunca teve envolvimento com crimes e que, pouco antes dos disparos, José Gustavo disse ter um pressentimento ruim. Nenhuma das vítimas conseguiu identificar o atirador.

A testemunha relatou que ouviu boatos de que o filho de Leidjane tinha dívidas com o tráfico e que ela poderia ter assumido essas dívidas. Leidjane negou qualquer envolvimento com facções criminosas e afirmou que Albino Santos teria feito acusações falsas contra ela.

Outra testemunha, Arjuna Cavalcante Pimentel Filho, disse que estava em um bar próximo quando ouviu os tiros. Ao atravessar a rua, viu uma jovem baleada agonizando e Leidjane ferida na calçada. Ele afirmou ter visto um homem de boné preto e roupa preta fugindo do local.


Encontrou algum erro? Entre em contato