Albino Santos

Serial Killer diz que estava possuído por entidade ao cometer assassinatos

Juiz mantém prisão preventiva após audiências para colher provas sobre as mortes de Louise e Tâmara
Por Tamara Albuquerque/Ana Luíza Ambrósio 21/03/2025 - 10:15
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Ana Luíza Ambrózio
Albino Santos presta depoimento por video e nega crimes
Albino Santos presta depoimento por video e nega crimes

O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) com integrantes da 7ª Vara Criminal ouviu nesta sexta-feira,21, duas testemunhas importantes no processo contra o réu Albino Santos de Lima, considerado serial killer de Alagoas, referente aos homicídios qualificados de Louise Gybson e Tâmara Vanessa.

As audiências públicas são realizadas pelo magistrado Yulli Rotter, titular da unidade judiciária. O réu participa através de videoconferência. A família de Louise está presente na audiência e uma das avós da vítima, afirma ter esperanças de que a justiça será feita no caso com a punição merecida para Albino Santos. A família de Louise, morta em 2023, aos 18 anos, e sem nenhum oportunidade de defesa, não acredita que o réu tenha problemas mentais, já que foi competente para planejar e executar o assassinato.

Duas testemunhas foram ouvidas sobre esse caso. Jovens que viram e identificaram Albino Santos no local do crime. O juiz, após ler o processo, chamou à oitiva o réu, que prometeu responder as perguntas. Albino Santos disse que o pai dele não tinha conhecimento que ele pegava a arma de sua propriedade. Disse que pegava por questão de segurança. Também falou que matou Louise atendendo a um pedido de um arcanjo que o possuiu ao passar na Praça Padre Cícero, quando se dirigia para casa dele.

Disse que teria "apagado" a consciência naquele momento que não lembrava do que aconteceu. "O que aconteceu de fato eu não me recordo, eu fui possuído pelo arcanjo Miguel da justiça. Na praça padrinho Cícero, eu estava saindo da igreja em direção a minha casa e fui possuído pelo fogo do arcanjo Miguel. Eu não sabia que era eu, eu fiquei sabendo depois da perícia que eu usei a pistola do meu pai, que ele não tinha conhecimento que eu usava pra fazer essa vontade divina".

Segundo o réu, o "arcanjo"  ordenava que ele fosse ao cemitério e tirasse fotos das lápides das vítimas, mas eu não sabia a causa". Até o término do depoimento, Albino Santos continuo afirmando que não recordava dos assassinatos - ele responde por nove crimes - e que tinha orgulho de ser escolhido pela entidade que usava o corpo dele".

O réu afirmou que ainda ouve as vozes, mas se negou a falar sobre o que elas dizem. "Eu não tenho permissão pra falar sobre isso. Ele não me dá autoridade pra mim falar aqui na terra, é um assunto celestial. Eu sou da Assembleia de Deus". No meio do depoimento, o serial killer também disse que percebia que tinha distúrbios mentais.

"Eu já percebi que tenho um certo distúrbio mental, isso com a depressão agravou. Eu estava ouvindo vozes ha um bom tempo", disse. O promotor perguntou porque ele se separou da esposa e Albino Santos surpreendeu com a resposta: "o fato de eu me separar da minha esposa é uma questão pessoal que não está relacionada a esse fato, não quero entrar em detalhes pois não tem nada a ver com o fato ocorrido".

O promotor argumentou que ele é "bastante articulado para quem se diz um doente mental". Albino Santos pediu que o promotor o encaminhasse a uma unidade de assistência para que ele se trate mentalmente, pois está doente.

Quando perguntado sobre o trajeto dele no dia do crime, o réu esclareceu: "nessa noite eu ia pra casa quando terminou o culto, eu resolvi ir em direção à [rua] principal. Eu nunca vou pra casa usando o mesmo caminho. Quando eu saí da igreja eu apaguei, só me recordo indo em direção à principal", contou.

O réu afirmou que não seguiu ninguém, que não se recorda de ter seguido alguém. No começo do depoimento, Albino havia afirmado que reconhecia Louise, mas depois mudou a versão e disse que não se lembra de tê-la visto nem de ter assassinado a jovem. Disse que viu as fotos dela na mídia. 

Em muitos momentos, Albino Santos anunciou que não estava em "suas funções normais". Quando o promotor perguntou se foi ele quem matou Louise, o réu disse que não podia dizer porque "estava possuído". Albino treinava na mesma academia que a jovem Louise.

A outra vítima do serial killer, Tâmara Vanessa, foi morta a tiros em 8 de junho de 2024, no Vergel do Lago. Ela estava acompanhada de um casal. Os três foram levados ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas ela não sobreviveu aos ferimentos.

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