Efeito Braskem

Vistoria na Semed revela tentativa de esconder afundamento do solo etrincas

Defensor flagra efeitos da mineração em prédio público na Cambona
Por Tamara Albuquerque 10/04/2025 - 15:38
Atualização: 10/04/2025 - 19:18
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Redes Sociais/Reprodução
Defendor público Ricardo Melro em vistoria na Semed
Defendor público Ricardo Melro em vistoria na Semed

Uma inspeção realizada pelo defensor público Ricardo Melro e equipe no prédio da Secretaria Municipal de Educação (Semed), que fica no bairro Cambona, mostra nova dimensão do estrago provocado pela maior tragédia minerária em área urbana do mundo, em Maceió, e a tentativa de encobrir novas áreas onde imóveis são afetados por rachaduras e afundamento do solo.

A secretaria fica a poucos metros da chamada área 00, que é o marco do colapso provocado pela mineração irregular da Braskem. O defensor público postou nas redes sociais o vídeo com partes da inspeção. Nele, paredes aparecem com trincas, rachaduras largas, inclusive algumas surgidas em fevereiro deste ano, além do afundamento do solo que tem separado paredes do piso.

Segundo o defensor, funcionários relataram que pessoal da manutenção da Semed está orientado a fazer reparos e reformas nas paredes do prédio para esconder o problema e evitar pânico nos funcionários. O defensor disse ter ouvido relatos afirmando o medo de trabalhar no local por falta de segurança. Muitos funcionários, de forma anônima, pediram para ser realocados, afirma Ricardo Melro.

"Enquanto isso, o Serviço Geológico do Brasil (SGB) - que deveria ser referência técnica no enfrentamento da tragédia - se recusa a trabalhar em Maceió", afirma. 

A Defensoria Pública acionou a Justiça para que o SGB cumpra seu dever. "É revoltante que isso precise ser judicializado. Parece mentira, né? Mas não é. Se a realidade insiste em gritar por socorro, não são os gritos que devem ser calados - são os relatórios que precisam ser questionados", afirma.


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