Polícia
Proposta de trabalho para Collor esbarra na burocracia do sistema prisional
Pré-Moldados Empresarial Alagoas ofereceu cargo ao ex-presidente como redução de pena
A proposta da empresa Pré-Moldados Empresarial Alagoas para contratar o ex-presidente e reeducando Fernando Collor de Mello não será atendida de imediato pelo sistema prisional em Alagoas. Collor está no Penitenciária Masculina Baldomero Cavalcanti desde a última sexta-feira, 25, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema na BR Distribuidora entre 2010 e 2014.
O ministro Alexandre de Moraes (STF) determinou que o ex-presidente começasse a cumprir a pena de oito anos e dez meses de prisão à qual foi condenado em 2023.
Em resposta enviada por e-mail à empresa, a Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) informou que o presídio nde Collor está custodiado, não integra o projeto NIBO (Núcleo de Inclusão por Base Ocupacional), que é a estrutura que permite a presos trabalharem formalmente em troca da remição da pena.
A fábrica da Pré-Moldados é vinculada ao NIBO há 13 anos e mantém postos de trabalho para detentos com bom comportamento no Núcleo Ressocializador de Maceió. Foi nesse contexto que a empresa ofereceu ao ex-presidente, como noticiado pelo EXTRA, o cargo de gerente-geral, com salário mínimo e carga horária de 40 horas semanais — o que, segundo a legislação, permitiria a redução de um dia de pena para cada dia de trabalho.
A Seris informou ainda que, caso haja interesse por parte de Collor, sua defesa poderá solicitar a transferência dele para a unidade vinculada ao NIBO, localizada no mesmo complexo penitenciário.
Essa decisão, contudo, depende exclusivamente da iniciativa dos advogados do ex-presidente. No presídio Baldomero, o ex-presidente passou a ocupar uma cela improvisada, onde funcionava a diretoria da instituição, com ar-condicionado e banheiro exclusivo, regalias que podem não ser ofertadas em outra unidade.