INVESTIGAÇÃO
Família suspeita que corpo encontrado em fossa não é de Ana Beatriz
Exame de DNA feito pelo IML deve demorar no mínimo 15 dias para ficar pronto
A família da adolescente Ana Beatriz, de 15 anos, levanta dúvidas sobre a identificação do corpo encontrado em uma fossa no bairro de Guaxuma, em Maceió, no início da semana. Segundo a advogada da família, Júlia Nunes, um detalhe levantado durante o exame da arcada dentária causou desconfiança: o cadáver apresentava um dente escurecido, o que, segundo os parentes, não corresponde às características de Ana Beatriz.
A adolescente desapareceu no começo de abril, e, devido ao avançado estado de decomposição do corpo encontrado, exames de reconhecimento visual, digitais e da cicatriz no queixo da jovem foram descartados. A arcada dentária também não possibilitou a confirmação da identidade.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal Estácio de Lima, onde está sendo submetido a um exame de DNA — única alternativa restante para confirmar a identidade. Amostras biológicas da mãe e da irmã de Ana Beatriz também foram coletadas e enviadas ao Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística
O perito criminal Clisney Omena explicou que o processo de extração genética é mais demorado devido à decomposição avançada. As amostras passarão por um método de desmineralização óssea, com incubação de cinco dias antes do início da análise laboratorial. A estimativa é que o resultado fique pronto em no mínimo 15 dias.
Além disso, a causa da morte ainda não foi esclarecida. O corpo foi encontrado em uma fossa fria e úmida, o que provocou saponificação — fenômeno que altera a decomposição. A ausência de lesões por arma branca ou de fogo levou os peritos a investigarem a possibilidade de envenenamento. Amostras do conteúdo estomacal foram encaminhadas ao Laboratório de Química e Toxicologia Forense para análise.