Sequestro no Prado
Major que matou filho refém fugiu da Academia de Polícia por porta lateral
SSP inicia investigação sobre fuga e sequestro com três mortos, incluindo o autor PM Pedro Silva
A Polícia Civil de Alagoas inicia esta semana a investigação para detalhar como o major da reserva Pedro Silva (PMAL), fugiu neste sábado, 7, da Academia de Polícia Militar, onde estava preso por violência doméstica desde o dia 10 de maio, e seguiu até a casa da ex-mulher, no bairro Prado, onde invadiu e fez a família refém, matando a tiros o ex-cunhado, identificado como sargento Galvão, e o filho dele próprio de apenas 10 anos.
Após os crimes, o major, em possível surto psicótico, segundo acredita o secretário executivo da Segurança Pública, Cel Patrick, resistiu às negociações e foi morto por agentes do Bope, que foram acionados ao local para tentar destituí-lo da ideia de matar a família e encerrar a ocorrência sem vítimas.
O major Pedro Silva, de 58 anos, teria fugido pela porta lateral da Academia de Polícia Militar. Segundo informações da família, na rua, ele interceptou o carro de um amigo, que estava estacionado próximo e, armado com uma faca, o obrigou a levá-lo até a casa da ex-companheira, na Rua Manaus, no Prado. O homem teria tentado impedir a ação, mas foi ferido pelo militar reformado com um golpe de faca na mão.
No período em que esteve na casa da ex-mulher, o major da reserva manteve diálogo com a filha mais velha, de 32 anos. Ela, que está em período pós-parto, participou das negociações auxiliando o Bope e recebeu do pai vídeos nos quais ele aparecia com os filhos - de 10 e 3 anos - na residência onde estavam como reféns.
Pedro Silva havia sido autorizado a receber a visita dos filhos e, neste sábado, 6, a ex-mulher entregou as crianças para o amigo levar até a Academia da Polícia Militar. Após a visita, o major empreendeu fuga e abordou o carro do homem, onde as crianças estavam. Com os filhos no veículo, o PM seguiu até o imóvel e deu início ao sequestro, fazendo reféns a ex-esposa, a ex-sogra, e o ex-cunhado, além dos filhos.
"Por volta das 17h20, a Polícia Militar foi acionada para uma ocorrência onde envolvia um homicídio. Quando os primeiros policiais chegaram ao local e fizeram as primeiras intervenções, constatou-se uma crise generalizada, onde nós tínhamos cinco reféns e, a partir deste momento, foi acionada a equipe especializada do Bope, que veio com negociadores e com aparato para esse tipo de ocorrência", relatou o secretário executivo da Segurança Pública, Cel Patrick.
Segundo o secretário, no decorrer das negociações foram libertadas com êxito as duas mulheres e uma criança de três anos de idade. "Infelizmente, tivemos dois óbitos [filjho de 10 anos e o ex-cunhado do major] que serão devidamente investigados pela autoridade policial e pela polícia científica", explicou o secretário executivo.
O coronel Patrick, informou que na casa foram encontradas armas e facas e que a criança de 10 anos aparentava estar amputada. "Na cena do crime há corte de cabelo, um local extremamente horrível de se ver, praticamente uma carnificina, onde o elemento, em surto psicótico, de forma totalmente destemperada toma refém a sua família", disse o secretário.