Nesta quinta-feira, 7, em Maceió, foi lançado o Núcleo de Telessaúde de Alagoas, iniciativa da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) com apoio do Centro de Pesquisa em Engenharia e Sistemas (Easy) e investimento integral de R$ 4,6 milhões do Ministério da Saúde. O projeto integra o SUS Digital, dentro do programa “Agora Tem Especialistas”, e tem como foco o atendimento de gestações de alto risco.

Segundo a secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde (Seidigi/MS), Ana Estela Haddad, além de ampliar o acesso a serviços especializados, o núcleo fomentará a produção científica e fortalecerá a inovação em saúde materna. “A iniciativa representa um passo decisivo para consolidar Alagoas no circuito nacional da Telessaúde, promovendo inclusão e cuidado integral às mulheres”, afirmou.

O núcleo atuará por 36 meses em oito municípios — Atalaia, Branquinha, Colônia Leopoldina, Penedo, Porto Calvo, Rio Largo, São Luís do Quitunde e União dos Palmares —, com base em critérios como maturidade digital, índices de mortalidade e presença de hospitais de referência, como o Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa) e a Maternidade Escola Santa Mônica (MESM). Estão previstos mais de 3 mil atendimentos em seis modalidades de telessaúde, incluindo teletriagem, teleorientação e telemonitoramento, voltadas para ginecologia e obstetrícia.

Entre os diferenciais está o uso de inteligência artificial, com a ferramenta GestAR, criada especialmente para o projeto. A tecnologia permitirá rastrear precocemente gestações de risco, integrando-se ao e-SUS e à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS). Para o professor e médico responsável técnico do núcleo, José Antônio Martins, a proposta é “capacitar profissionais, melhorar o pré-natal, identificar riscos precocemente e salvar vidas”.

Moradora da comunidade quilombola de Muquém, em União dos Palmares, a professora Sirleide Bezerra, 40 anos, atualmente grávida, comemorou a novidade. “Com a chegada desse Núcleo de Telessaúde, vai facilitar muito a nossa vida — principalmente para as mães gestantes da comunidade e dos povoados vizinhos”, disse.