CONVERSAS

Braskem: saída de Tanure deixa futuro da empresa incerto

Passivo ambiental em Alagoas foi o que dificultou as negociações
Por Redação 26/08/2025 - 16:09
A- A+
Afrânio Bastos
Braskem em Maceió
Braskem em Maceió

O futuro da Braskem voltou a ficar indefinido após a desistência do fundo ligado ao empresário Nelson Tanure das negociações pelo controle da companhia. Com a saída, a gestora IG4, especializada em reestruturação de empresas, busca avançar nas conversas com bancos credores e acionistas para apresentar uma nova proposta.

A Novonor (ex-Odebrecht) detém 50,1% do capital votante da Braskem, enquanto a Petrobras possui 47%. O restante está nas mãos de acionistas minoritários. Desde 2018, a Novonor tenta atrair um novo sócio para a petroquímica, a sexta maior do mundo. Nesse período, negociações já foram conduzidas com grupos como LyondellBasell, J&F, Apollo Global Management, Adnoc, PIC (subsidiária da Kuwait Petroleum Corporation) e Unipar.

Tanure, que atuava por meio da Petroquímica Verde Fundo de Investimentos e havia contratado o banco Rothschild para as tratativas, desistiu após 90 dias de exclusividade nas negociações. Em 22 de agosto, a Braskem comunicou ao mercado o encerramento do prazo.

O principal impasse foi a falta de garantias sobre as dívidas relacionadas ao desastre ambiental em Maceió, quando a exploração de sal-gema provocou o afundamento do solo na capital alagoana e gerou bilhões em perdas. Sem acordo sobre as responsabilidades, Tanure retirou-se das tratativas.

A estratégia agora é que os bancos credores, que detêm ações da Braskem dadas como garantia pela Novonor em recuperação judicial, se tornem acionistas por meio de um fundo administrado pela IG4. Na prática, a gestora passaria a controlar a companhia e conduzir sua reestruturação.


Encontrou algum erro? Entre em contato