Morreu, na madrugada desta segunda-feira, 15, aos 81 anos, a ambientalista Anita Studer, fundadora da Associação Nordesta e responsável pela criação da Reserva Biológica de Pedra Talhada, em Alagoas. Ela estava internada em Genebra, na Suíça, seu país de origem.

Anita dedicou sua trajetória à preservação da natureza, com atuação destacada na Mata Atlântica. Seu trabalho incluiu ações de reflorestamento, educação ambiental e apoio às comunidades rurais. A entidade criada por ela já plantou mais de dois milhões de árvores nativas nas bacias dos rios Mundaú e Paraíba, contribuindo para a recomposição das matas ciliares da região.

A relação de Anita com o Brasil começou quando, ainda jovem ornitóloga em pós-graduação, visitou o país para estudar o canto de pássaros na Serra da Canastra, em Minas Gerais. Na sequência, conheceu a região de Pedra Talhada, em Quebrangulo, Alagoas, onde iniciou um movimento de mobilização para preservar a mata atlântica local. Após articulações e reuniões em Brasília, a Reserva Biológica de Pedra Talhada foi criada em 1989.

Na época, eram cerca de 300 espécies de pássaros catalogadas. Atualmente, o número ultrapassa 3 mil, além de uma diversidade botânica e biológica significativa.

A família pediu privacidade neste momento, agradeceu as manifestações de carinho e informou que detalhes sobre velório e sepultamento serão divulgados posteriormente.

Anita tinha previsão de chegar ao Brasil na quinta-feira, 25, para participar de uma programação em homenagem ao Dia da Árvore. No sábado, 3 de outubro, a Nordesta sediará a reunião do Fórum Estadual de Mudanças Climáticas de Alagoas, seguida, no domingo, 4, de uma homenagem a Anita em Quebrangulo, quando também será inaugurada a Reserva Florestal Comunitária da cidade, conhecida como “Mata da Suíça”.

Segundo Adrien Chardet, filho de Anita e presidente internacional da Nordesta, a programação está mantida. Ele afirmou que a continuidade das ações terá agora uma motivação ainda maior: honrar o legado deixado por sua mãe.