educação

Ex-DCE do Cesmac cobra “caixa-preta” da fundação e questiona transparência

Dêvis Klinger elogia lei de JHC, mas critica falta de prestação de contas da Fejal
Por Redação 22/09/2025 - 13:35
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Fejal é a entidade mantenedora do Cesmac, maior conglomerado universitário privado de Alagoas
Fejal é a entidade mantenedora do Cesmac, maior conglomerado universitário privado de Alagoas

O ex-presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) do Cesmac, Dêvis Klinger Menezes, considera correta a decisão do prefeito de Maceió, JHC, de editar a lei delegada que amplia a participação do município no acompanhamento da Fundação Educacional Jayme de Altavila (Fejal/Cesmac). Segundo Klinger, o decreto corrige uma “distorção histórica”: “O município de Maceió sempre deveria ter ocupado esse espaço, afinal foi a própria Prefeitura que, em 1974, deu origem legal à fundação através da Lei Municipal nº 2.133. O que vemos agora é o poder público retomando o papel que lhe cabe por direito e responsabilidade social.”

O movimento estudantil vê a medida como um passo para garantir maior transparência em uma instituição que, apesar de se declarar sem fins lucrativos, movimenta cifras milionárias e desempenha papel central na formação de milhares de jovens alagoanos. Dêvis Klinger também defende a abertura da “caixa-preta” financeira da fundação, criada em 1974 como entidade privada sem fins lucrativos, mas de grande impacto social e educacional em Maceió.

“Conheço de perto a história do Cesmac desde 1994, quando entrei no vestibular aos 17 anos, até 2005, quando deixei o movimento estudantil. Passei por todas as entidades estudantis – Centro Acadêmico, Diretório Acadêmico, Diretório Central, União Estadual dos Estudantes, Federação Alagoana de Desporto Universitário e a UNE. Portanto, tenho autoridade moral para falar sobre o Cesmac ou qualquer instituição de ensino superior no Brasil”, afirmou.

A preocupação com a transparência não é nova. Em 2003, a diretoria do Cesmac realizou uma auditoria contábil conduzida pela empresa Convicta – Auditores Independentes S/C, que apontou irregularidades na gestão entre 1996 e 2002. Na ocasião, a Assembleia Geral criou uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) por meio da Portaria nº 054, de 1º de setembro de 2003. Entre os problemas identificados estava um contrato de comodato não autorizado pela Assembleia, referente a um imóvel da instituição utilizado como estacionamento.

“Se já no início dos anos 2000 foram detectadas irregularidades, o que impede que hoje se faça uma auditoria ampla, com divulgação pública dos resultados? Estamos falando de uma instituição que cobra mensalidades altíssimas e que, mesmo sendo fundação sem fins lucrativos, pouco presta contas à sociedade”, questionou Klinger. Para o ex-presidente do DCE, a resistência da instituição em abrir seus números compromete a confiança de estudantes, professores e da sociedade alagoana, gerando um paradoxo entre seu papel educacional e sua dimensão econômica.


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