O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, afirmou nesta quinta-feira, 25, que entregará 18 milhões de páginas de documentos de suas empresas à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura um esquema de desvio de aposentadorias e pensões. Segundo ele, os materiais serão entregues diretamente ou por meio da Polícia Federal. As informações são do site Congresso em Foco.

Antunes declarou-se inocente e negou envolvimento em descontos irregulares em benefícios previdenciários. Disse que o apelido é resultado de uma “narrativa” e que os serviços prestados às associações de aposentados foram legítimos. O empresário afirmou ainda que poderia ter permanecido em silêncio, amparado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), mas preferiu depor.

Ele negou ter tido acesso prévio à operação da Polícia Federal que resultou em sua prisão, rejeitou a posse de carros de luxo ou negócios milionários e disse não manter relações com parlamentares ou integrantes do governo.

Antunes admitiu, entretanto, ter recebido procurações específicas de associações e reconheceu que o investigado Maurício Camisotti intermediou o contato com a Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), em 2021.

Durante a sessão, o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), fez mais de 150 perguntas em cerca de 50 minutos. Antunes afirmou que se recusou a responder aos questionamentos do relator pela manhã por se considerar desrespeitado.