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Esposa do delegado-geral de AL é alvo da PF por suspeita de fraude no CNU

Aially Xavier é investigada por possível participação em esquema no Concurso Nacional Unificado
Por Redação 07/10/2025 - 09:14
Atualização: 07/10/2025 - 10:40
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Divulgação
Polícia Federal durante investigação
Polícia Federal durante investigação

A Polícia Federal cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Aially Soares Tavares Pinto Xavier, esposa do delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas, Gustavo Xavier, no âmbito da operação Última Fase, que apura o esquema de fraudes em concursos públicos, incluindo o Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024.

Segundo o relatório da PF, Aially teria sido beneficiada pelo grupo investigado ao realizar o exame para o cargo de auditor fiscal do trabalho. A suspeita surgiu após os investigadores identificarem que o gabarito da candidata era idêntico ao de outras pessoas apontadas como participantes do esquema. 

A apuração indica ainda que algumas das provas apresentavam erros idênticos, o que reforçou a hipótese de manipulação. Os agentes afirmaram que a fraude teria ocorrido em provas com três tipos de cadernos distintos, aplicadas em dois turnos, e que a coincidência nas respostas contrariava a lógica de variação esperada nos exames. 

A Polícia Federal, no entanto, destacou que não encontrou no celular da suspeita informações que comprovassem sua participação direta na fraude. De acordo com o pedido de busca aprovado pela Justiça Federal, há “fortes indícios” de que uma organização criminosa atuou de forma estruturada para favorecer candidatos em certames nacionais e regionais. 

Além do CNU, são investigados concursos das Polícias Civis de Pernambuco e Alagoas, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. A operação também aponta o uso de equipamentos eletrônicos ocultos, retirados por meio de procedimentos médicos, como um dos métodos utilizados para burlar os exames.

A operação Última Fase, deflagrada na quinta-feira, 2, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e prendeu três pessoas preventivamente nos estados da Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Por meio de nota, Aially Xavier negou envolvimento em qualquer irregularidade e afirmou que “não há prova ou materialidade nas supostas irregularidades que teriam sido cometidas”. 

A defesa também argumentou que “é comum haver gabaritos semelhantes em provas de grande concorrência” e estranhou o fato de o mandado ter sido expedido por um delegado da Paraíba, enquanto a investigada reside em Alagoas.

A Polícia Civil de Alagoas informou por meio de sua assessoria de imprensa que não irá se manifestar sobre o caso. O EXTRA tenta contato com a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e tão logo seja enviada uma resposta, a matéria será atualizada.

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