Após complicações graves nos corpos, três mulheres que fizeram procedimento estético com uma dentista no município de Arapiraca, no Agreste de Alagoas, denunciaram a profissional, que agora é alvo de investigação por práticas criminosas. A dentista executava o procedimento de harmonização de glúteos utilizando, para tanto, silicone industrial. Além disso, o procedimento era realizado em domicílio, sem nenhum suporte técnico, com uso de instrumentos caseiros e sem condições sanitárias adequadas para o caso.

A investigação está sendo conduzida pela 4ª Delegacia Regional de Polícia, coordenada pelo delegado Matheus Enrique.

Uma das pacientes deu entrada em estado crítico no Hospital Regional Nossa Senhora do Bom Conselho, em Arapiraca, e precisou ser submetida a cirurgias de emergência para a retirada da substância. O corpo da paciente ficou deformado após a aplicação e sofreu ampla necrose, perdendo parte do músculo e tecidos do glúteo e da perna. Informações extraoficiais de profissionais que assistiram a paciente revelam que a mulher terá de passar por novos procedimentos cirúrgicos, incluindo enxerto de pele, para reparar os danos. Existe chance de regeneração do tecido, mas o prognóstico não é bom.

De acordo com o site 7 Segundos, as testemunhas confessaram que as aplicações de silicone eram realizadas com copos e recipientes plásticos para armazenamento do produto, assim como agulhas (não adequadas) para o tipo de procedimento. 

Tanto a Vigilância Sanitária de Arapiraca quanto o Conselho Regional de Odontologia de Alagoas (CRO/AL) já foram notificados e abriram procedimentos internos para apurar a denúncia. Equipes de fiscalização também teriam sido enviadas ao local onde a profissional atuava.

"A Polícia Civil de Alagoas também foi acionada, já que a aplicação de silicone industrial em seres humanos é crime contra a saúde pública, conforme prevê o Código Penal Brasileiro, podendo ser enquadrada nos crimes de exercício ilegal da medicina, curandeirismo e lesão corporal".