EM ALAGOAS

Metanol: Sesau define fluxo para atender casos suspeitos de intoxicação

Pessoa que consumiu bebida destilada e apresenta sintomas, deve buscar ajuda nas UPAs
Por Tamara Albuquerque 10/10/2025 - 13:43
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Carla Cleto
UPA Tabuleiro do Martins
UPA Tabuleiro do Martins

Com a confirmação de 24 casos e 235 investigações em andamento sobre intoxicação por metanol ingerido em bebidas destiladas, cresce entre os brasileiros o receio de consumir o produto e ser uma vítima da adulteração. Quem fez uso de bebidas destiladas e está sentindo sintomas e alterações no corpo deve procurar atendimento médico com maior agilidade possível. 

Em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) estabeleceu um fluxo para o atendimento dos casos suspeitos, pois  o metanol não só deixa sequelas físicas e neurológicas como mata. A orientação, portanto, começa por procurar imediatamente uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), especialmente se a pessoa que consumiu bebida alcoólica apresentar sintomas como:  sensação de embriaguez associada a desconforto gástrico (náusea, vômito ou dor abdominal); depressão leve do sistema nervoso central, como sonolência e fraqueza; alterações visuais, incluindo visão turva, borrada, manchas na visão (escotomas), fotofobia ou perda parcial da visão.

O paciente passará por avaliação médica e exames laboratoriais, incluindo hemograma, eletrólitos, ureia, creatinina, enzimas hepáticas (TGO e TGP) e gasometria. Se houver suspeita de intoxicação por metanol, será feito um exame toxicológico específico, com coleta de amostra encaminhada ao Laboratório Central de Alagoas (Lacen). 

Uma vez confirmada a intoxicação pelo metanol, o paciente será encaminhado conforme o endereço de residência, sendo: 1ª macrorregião com encaminhamento ao Hospital Metropolitano, em Maceió; 2ª macrorregião: Hospital de Emergência do Agreste Dr. Daniel Houly, em Arapiraca. Em caso de dúvidas ou necessidade de orientação, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) de Alagoas disponibiliza atendimento pelo número (82) 98882-9752.

O país soma 259 notificações, sendo 181 registros em São Paulo. Na segunda-feira, 6, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação da capacidade de análise de casos suspeitos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas. Com o apoio do laboratório da Unicamp, em São Paulo, passam a ser realizados até 190 testes por dia, reforçando a capacidade de resposta e o tratamento dos pacientes. 

Em Alagoas foi registrado um caso suspeito ainda sob investigação. A vítima é uma professora de 43 anos, internada em um hospital particular na capital. Amostras biológicas foram coletadas e enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-AL), que encaminhará ao laboratório de toxicologia da Polícia Científica do Estado.

Desde o último sábado, o ministério distribuiu mais de mil unidades do antídoto etanol para novo estados (AC, BA, CE, DF, GO, MS, PE, PR e RJ). Essas ampolas fazem parte do estoque estruturado em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), para garantir a reposição e distribuição do produto conforme a necessidade de estados e municípios. Outras 60 mil ampolas de etanol estão em processo de aquisição.

Além disso, o Ministério da Saúde adquiriu 2,5 mil unidades do antídoto fomepizol de uma empresa japonesa — uma compra inédita no país de um produto raro no mercado internacional. A empresa ainda doou outras 100 unidades, totalizando 2,6 mil unidades do medicamento. A previsão é que o lote chegue ao Brasil ainda nesta semana e comece a ser distribuído aos estados, conforme as necessidades locais e o registro de casos.


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