Arapiraca
Hospital no Agreste registra mais de 80 casos de violência física e sexual
Dados do HEA no mês de setembro mostram que 40% dos casos ocorreram na residência da vítima
O Hospital de Emergência do Agreste, no município de Arapiraca, registrou mais de 80 atendimentos em vítimas de violência física e sexual no mês de setembro. Pelo menos 40% dos casos ocorreram na residência da vítima e 28% na casa do agressor.
Relatório da unidade mostra o atendimento a 54 pacientes que sofreram agressão física, correspondente a 62% do total dos casos, sendo 48 vítimas do sexo feminino e seis do sexo masculino. A distribuição por faixa etária aponta oito casos com crianças de até 13 anos, e sete casos com adolescentes de 14 a 18 anos. Já 39 casos atingiram pessoas adultas acima de 18 anos.
Em relação à violência sexual, foram 33 atendimentos no mês citado ou 37,9% do total. Entre as vítimas, 29 são do sexo feminino e quatro do sexo masculino e a maior concentração está entre crianças e adolescentes até 13 anos, com 20 casos, o equivalente a 60,6% das ocorrências dessa natureza. Foram registrados ainda seis casos entre adolescentes de 14 a 18 anos e sete casos envolvendo pessoas adultas.
Entre as pessoas atendidas pela Área Lilás - serviço vinculado à Rede de Atenção às Violências (RAV) da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) - em setembro, 73,6% se autodeclararam pardas; 18,4%, brancas; e 5,7%, pretas. Além disso, 89% dos casos registrados, seja violência física ou sexual, envolveram vítimas do sexo feminino, o que mantém o mesmo padrão observado em levantamentos anteriores.
A Área Lilás conta com equipe multiprofissional e protocolos específicos para garantir assistência em saúde, escuta qualificada e encaminhamentos jurídicos e sociais 24 horas por dia, nos sete dias da semana. “Os números mostram que a maioria dos casos [de violência] acontece dentro de casa ou envolve pessoas próximas, o que exige um olhar atento e uma rede de proteção fortalecida. Cada atendimento realizado aqui representa um passo importante para garantir acolhimento, segurança e acesso aos direitos das vítimas.”, afirmou a psicóloga Yanna Albuquerque, coordenadora da Área Lilás do HEA.