Em um momento em que o planejamento patrimonial ganha urgência com a iminência da entrada em vigor da Reforma Tributária e o consequente aumento da tributação sobre heranças e doações, antecipar ou regularizar a transmissão de bens entre herdeiros passa a ser uma preocupação econômica para as famílias alagoanas. 

Em Alagoas, o inventário feito em Cartório de Notas pode ser até 45% mais barato do que pela via judicial, além de ser concluído em prazos muito menores. A informação é do Colégio Notarial do Brasil  (CNB) seccional Alagoas.

Em levantamento que comparou as tabelas de preços para a realização de atos na Justiça e nos Tabelionatos do Estado, foi revelado que além de mais barato, o processo fica mais rápido nos cartórios. Um inventário na Justiça pode durar até quatro anos, enquanto nos Cartórios leva em média 15 dias. 

O custo é um diferencial relevante, segundo mostra o CNB. “O inventário feito em Cartório de Notas garante rapidez, previsibilidade e segurança jurídica. Em Alagoas, a possibilidade de resolver a partilha em poucos dias representa economia de tempo e tranquilidade para as famílias”, afirma Milena Guerreiro, presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Alagoas.

Além de mais barato e rápido, o inventário extrajudicial tornou-se mais acessível a partir da Resolução nº 571/24 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A norma ampliou o alcance do procedimento em Cartório, permitindo sua realização, que sempre deve ser consensual, mesmo quando há herdeiros menores ou incapazes, quando existe testamento ou quando é necessária a venda de bens da herança sem autorização judicial prévia. Também possibilitou a nomeação de inventariante por escritura pública, o que agiliza a centralização de documentos e recursos. 

Em Alagoas, o crescimento foi expressivo: entre 2020 e 2025, o número de nomeações saltou de 0 para 37 por ano, totalizando 86 atos no período. Apenas no primeiro semestre de 2025 já foram 30 nomeações, resultado 900% maior que o mesmo período de 2024, quando ocorreram apenas 3 atos, enfatiza o órgão.

"Diante da combinação de economia direta, rapidez, segurança jurídica e novas regras mais abrangentes, o inventário em cartório consolida-se como a via mais vantajosa para famílias que buscam regularizar a partilha de bens de forma eficiente, planejada e alinhada às mudanças tributárias que se aproximam", enfatiza.