impeachment
Diretor revela bastidores e clima melancólico da família Collor em série
Produção do Globoplay revisita a ascensão e a queda do ex-presidente
O documentário “Caçador de Marajás”, lançado pelo Globoplay, revive os bastidores da trajetória política de Fernando Collor de Mello, desde a eleição presidencial em 1989 até sua renúncia em 1992. A série, dirigida por Charly Braun, mergulha no ambiente familiar e político do ex-presidente, mostrando os conflitos, contradições e dramas pessoais que marcaram o primeiro governo eleito pelo voto direto após a ditadura.
Em entrevista ao UOL Splash, Braun destacou que Collor “tinha tudo para dar certo”, citando a popularidade e o simbolismo de sua eleição, mas também o peso das contradições que o cercavam. A produção reúne depoimentos de jornalistas, ex-presidentes, amigos e familiares, incluindo Thereza Collor, viúva de Pedro Collor, irmão do ex-presidente — cuja denúncia à Revista Veja em 1992 foi decisiva para o processo de impeachment.
O diretor relata que a ideia nasceu há uma década, quando começou a reunir materiais e entrevistas sobre o período. “A história de Collor é fascinante. É sobre um tempo em que o Brasil experimentava a redemocratização e acreditava que a política poderia ser diferente”, afirmou Braun.
Entre os relatos, a série destaca o papel da imprensa, que teve papel central na revelação dos escândalos envolvendo o então presidente e o empresário Paulo César Farias. “Naquele momento, os jornalistas faziam um trabalho quase de polícia. Sem a imprensa, nada teria vindo à tona”, observou o diretor.
Com sete episódios, “Caçador de Marajás” é uma das produções mais assistidas do Globoplay em sua semana de estreia e resgata um dos capítulos mais marcantes da história política recente do país, mesclando memória, cultura e poder em um retrato íntimo e crítico do ex-presidente alagoano.