contradição

Braskem discutirá papel da indústria na COP30 após tragédia em Alagoas

Petroquímica apresentará ações ambientais enquanto Maceió lida com afundamento de bairros
Por Redação 24/10/2025 - 06:49
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AgÊncia Brasil/Joédson Alves
Ruas marcadas com a destruição da mineração da Braskem
Ruas marcadas com a destruição da mineração da Braskem

A Braskem participará da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). Segundo material encaminhado pela assessoria de imprensa da multinacional, a empresa, "uma das maiores petroquímicas da América Latina", levará à conferência sua agenda de transição energética, descarbonização industrial e uso de matérias-primas renováveis, com o objetivo de reforçar o papel da indústria na busca por soluções sustentáveis.

Durante a primeira semana do evento, a Braskem participará de painéis promovidos no espaço da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tratando de temas como “bioeconomia brasileira”, “carbono sustentável” e “caminhos para a descarbonização”. 

No dia 13 de novembro, o vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento de Novos Negócios Sustentáveis, Antonio Queiroz, participará de uma discussão sobre o papel da bioeconomia na transição de baixo carbono. No dia seguinte, o diretor de Energia e Descarbonização Industrial, Gustavo Checcucci, apresentará iniciativas da companhia voltadas à neutralidade climática.

Segundo a empresa, a estratégia se baseia na substituição gradual de insumos fósseis por matérias-primas de origem renovável e na ampliação de projetos voltados à eficiência energética. Um dos exemplos é o polietileno I’m green™ bio-based, produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar, que já teria permitido a absorção de milhões de toneladas de CO₂ desde 2010. 

Enquanto apresenta suas metas ambientais no cenário internacional, a Braskem ainda enfrenta em Maceió um dos maiores desastres socioambientais urbanos em andamento no país. A extração de sal-gema na capital, realizada por décadas pela companhia, levou ao afundamento do solo em cinco bairros — Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol —, obrigando o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas e a demolição de imóveis.

O caso segue sob acompanhamento de órgãos públicos e da Justiça. A empresa mantém programas de compensação e reassentamento, afirmando que tem cumprido os acordos firmados para reparação dos danos. Mesmo assim, o tema permanece sensível e é frequentemente citado em debates sobre responsabilidade corporativa e sustentabilidade.


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