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Braskem discutirá papel da indústria na COP30 após tragédia em Alagoas
Petroquímica apresentará ações ambientais enquanto Maceió lida com afundamento de bairrosA Braskem participará da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada entre os dias 10 e 21 de novembro, em Belém (PA). Segundo material encaminhado pela assessoria de imprensa da multinacional, a empresa, "uma das maiores petroquímicas da América Latina", levará à conferência sua agenda de transição energética, descarbonização industrial e uso de matérias-primas renováveis, com o objetivo de reforçar o papel da indústria na busca por soluções sustentáveis.
Durante a primeira semana do evento, a Braskem participará de painéis promovidos no espaço da Confederação Nacional da Indústria (CNI), tratando de temas como “bioeconomia brasileira”, “carbono sustentável” e “caminhos para a descarbonização”.
No dia 13 de novembro, o vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento de Novos Negócios Sustentáveis, Antonio Queiroz, participará de uma discussão sobre o papel da bioeconomia na transição de baixo carbono. No dia seguinte, o diretor de Energia e Descarbonização Industrial, Gustavo Checcucci, apresentará iniciativas da companhia voltadas à neutralidade climática.
Segundo a empresa, a estratégia se baseia na substituição gradual de insumos fósseis por matérias-primas de origem renovável e na ampliação de projetos voltados à eficiência energética. Um dos exemplos é o polietileno I’m green™ bio-based, produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar, que já teria permitido a absorção de milhões de toneladas de CO₂ desde 2010.
Enquanto apresenta suas metas ambientais no cenário internacional, a Braskem ainda enfrenta em Maceió um dos maiores desastres socioambientais urbanos em andamento no país. A extração de sal-gema na capital, realizada por décadas pela companhia, levou ao afundamento do solo em cinco bairros — Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e parte do Farol —, obrigando o deslocamento de dezenas de milhares de pessoas e a demolição de imóveis.
O caso segue sob acompanhamento de órgãos públicos e da Justiça. A empresa mantém programas de compensação e reassentamento, afirmando que tem cumprido os acordos firmados para reparação dos danos. Mesmo assim, o tema permanece sensível e é frequentemente citado em debates sobre responsabilidade corporativa e sustentabilidade.



