Política
Marx Beltrão retira apoio à PEC da reforma administrativa na Câmara
Deputado diz que não concorda mais com o conteúdo e efeitos da proposta
O debutado federal Marx Beltrão (PP-AL) está entre os dez que protocolaram esta semana, na terá e quarta-feira, pedidos de retirada de assinatura de apoio ä PEC da reforma administrativa, que foi protocolada na Câmara na última sexta-feira, 24, após ter conseguido alcançar o limite mínimo de assinaturas possível, de 171 entre os 513 deputados da Casa.
A PEC é uma bandeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), mas encontra forte resistência em setores do Congresso. Marx Beltrão disse que retirou seu apoio por não concordar "mais" com o conteúdo e os efeitos da PEC. As informação são da Folha de S.Paulo.
Entre os deputados que pediram a retirada das assinaturas estão dois parlamentares do partido do presidente da Câmara, Fátima Pelaes (AC) e Murilo Galdino (PB), este do estado de Motta. Com os atuais pedidos de retirada de assinatura, o apoio ä proposta cai a 161 deputados. Para ser aprovada na Câmara, uma PEC precisa de ao menos 308 votos.
As retiradas, no entanto, não têm efeito prático, já que uma vez protocolada a PEC só é derrubada caso mais da metade dos signatários solicitem a retirada do apoio. Porém representa mais um forte sinal das dificuldades que a medida terá para tramitar no Congresso. Pelaes e Galdino apresentaram a mesma justificativa no pedido de retirada de assinatura: "Manifesto minha discordância quanto ao seu conteúdo e aos seus eventuais efeitos".
A reforma administrativa é defendida por Motta com o objetivo de assegurar uma marca à sua gestão, iniciada em fevereiro e marcada até agora por altos e baixos e pela impopular tentativa fracassada de aprovar uma blindagem aos deputados federais. Assinaram ä PEC os deputados por Alagoas Arthur Lira (PP), Isnaldo Bulhões (MDB), Luciano Amaral (PSD) e Marx Beltrão, que desistiu do apoio ao texto.
O texto, relatado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), ficou empacado durante semanas por falta de apoio. Motta pediu então a parlamentares que subscrevessem a proposta, garantindo o mínimo necessário de 171 assinaturas, segundo reportagem da Folha.
O projeto enfrenta resistências em parte pelas críticas da esquerda e de entidades ligadas aos servidores à proposta de reforma administrativa do governo Jair Bolsonaro (PL), que inicialmente acabava com a estabilidade dos servidores públicos. Também joga contra a proximidade da eleição nacional de 2026, que faz com que os parlamentares evitem assuntos que podem lhes tirar votos.
Os sindicatos representativos das várias categorias exercem forte pressão no Congresso, em especial em partidos mais à esquerda, mas não só —como mostram os pedidos de retirada de assinatura.



