DENÚNCIA

Povo Xukuru-Kariri sofre ataques e ameaças em Palmeira dos Índios, diz DPE

Órgão denuncia discursos de ódio e desinformação ligados à disputa por terras indígenas
Por Redação 30/10/2025 - 19:47
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Mário Vilela/Acervo Funai
Povo Xukuru-Kariri tem denunciado ameaças e discursos de ódio em Palmeira dos Índios
Povo Xukuru-Kariri tem denunciado ameaças e discursos de ódio em Palmeira dos Índios

A Defensoria Pública do Estado de Alagoas (DPE/AL) divulgou, na quinta-feira, 30, uma nota pública de repúdio aos ataques, ameaças e discursos de ódio direcionados ao povo indígena Xukuru-Kariri, em Palmeira dos Índios, no Agreste alagoano. Segundo a instituição, as agressões têm sido alimentadas por discursos de políticos e empresários, em meio à disputa pela demarcação de terras na região.

De acordo com a Defensoria, essas condutas configuram “grave violação aos princípios da dignidade humana, da paz social e do respeito aos povos originários”, garantidos pela Constituição Federal e por tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário.

A DPE alertou ainda para o avanço de ameaças e desinformação nas redes sociais, com o objetivo de gerar medo e agravar a tensão. A instituição ressaltou que nenhuma disputa territorial justifica intimidação, discursos de ódio ou tentativas de silenciar comunidades indígenas.

“Seguiremos atuando com firmeza, independência e base na Constituição para assegurar a proteção da vida e combater toda forma de intolerância e violência”, destacou a Defensoria.

O texto também reforça que o processo de demarcação da Terra Indígena Xukuru-Kariri é um procedimento legal, de competência da União, acompanhado por órgãos federais, estaduais e pela própria Defensoria, que busca garantir transparência e segurança para todas as partes envolvidas.

Atualmente, segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), dos 7 mil hectares reconhecidos como território Xukuru-Kariri, apenas 1.500 estão ocupados pela comunidade indígena. O processo de demarcação pode afetar centenas de famílias que hoje vivem na área em disputa.

Por fim, a Defensoria fez um apelo à sociedade alagoana para que rejeite discursos discriminatórios e busque informações em fontes oficiais, defendendo a paz, o respeito e a verdade.


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