ECONOMIA
Peso de programas sociais supera o aumento da renda do trabalho em Alagoas
Em 10 anos, participação de benefícios do governo na renda das famílias subiu de 5,7% para 9,5%
Em 10 anos, a participação da renda do trabalho (formal e/ou informal) na composição do rendimento médio domiciliar per capita em Alagoas cresceu levemente: de 66,4% em 2014 para 68,6% em 2024. Entretanto, o peso dos programas sociais no orçamento das famílias alagoanas aumentou ainda mais, passando de 5,7% para 9,5% no mesmo período.
Os dados foram divulgados na quinta-feira, 8, pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
Alagoas tem a maior participação percentual de programas sociais entre os estados do Nordeste, superando a média regional (9,4%) e ficando muito acima da média nacional, que é de 3,8%.
Programas sociais são ações do governo para reduzir desigualdades e garantir o mínimo de bem-estar à população mais pobre. Alguns exemplos são o Bolsa Família, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e o Auxílio Gás. Isso pode ser bom quando reduz a fome e melhora o acesso à saúde e educação.
Os dados do IBGE mostram, entretanto, que a população ainda depende consideravelmente do apoio do governo para complementar seus ganhos, o que pode indicar que a pobreza cresceu ou não diminuiu como deveria, a geração de empregos formais é insuficiente e até mesmo que renda do trabalho ainda é muito baixa para sustentar as famílias.
Aposentadorias, pensões e outras fontes de renda
Além do trabalho e dos programas sociais, outras fontes também contribuem para a renda familiar em Alagoas. Em 2024, 31,4% da composição do rendimento domiciliar per capita vieram de outras fontes, como pensões, doações e transferências privadas. Esse percentual caiu em relação a 2014, quando era de 33,6%.
Em 2014, a participação de aposentadorias e pensões respondia por 23,9% da renda das famílias alagoanas, caindo para 19,1% em 2024.