LAVA JATO

Ex-tesoureiro do PT sai da prisão para depor na Justiça de São Paulo

Por 04/11/2015 - 09:41
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Ex-tesoureiro do PT sai da prisão para depor na Justiça de São Paulo

Preso pela Operação Lava Jato desde abril deste ano no Paraná, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto embarcou nesta manhã de quarta-feira (4) para São Paulo.

Está previsto, para as 13h30, um depoimento dele no processo que investiga irregularidades na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop).

De acordo com a Polícia Federal, o voo saiu de Curitiba às 8h30 em um avião da corporação.

Vaccari presidiu a instituição entre os anos de 1999 a 2009. Nesse período, segundo o Ministério Público de São Paulo, houve desvios de dinheiro do banco para financiar o caixa de partidos políticos.

Vaccari foi denunciado em 2010 pelos promotores paulistas, mas o processo só começou a andar em meados de 2015, quando a Justiça aceitou iniciar uma ação penal contra ele. Para o Ministério Público, durante a gestão do ex-tesoureiro do PT, o Bancoop perdeu cerca de R$ 100 milhões, causando a falência da cooperativa de crédito.

Pesa contra ele também a acusação de que as obras de condomínios financiados pelo Bancoop tenham sido superfaturadas. Com a falência, vários imóveis deixaram de ser entregues aos cooperados. No entanto, o próprio Vaccari e dirigentes do PT chegaram a conseguir ficar com imóveis que foram feitos dentro dos prazos.

De acordo com o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, que representa Vacarri, afirmou que pediu o adiamento do depoimento porque o Ministério Público havia juntado ao processos novas provas, que a defesa não teve acesso.

D'Urso disse que até a manhã desta quarta-feira não havia uma resposta da Justiça sobre o pedido. "Se eventualmente for realizada a audiência, Vaccari está preparado para responder", disse o advogado.

PRISÃO EM CURITIBA

João Vaccari Neto está preso em Curitiba desde abril deste ano por suposto envolvimento no esquema de corrupção, desvio e lavagem de dinheiro descobero na Petrobras pela Operação Lava Jato.

Ele é apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como um dos operadores da propina paga por donos de empreiteiras que mantinham contratos com a estatal.

De acordo com a denúncia do MPF,  Vaccari participava de reuniões com Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobras, também detido pela Lava Jato, para tratar de pagamentos de propina, que era paga por meio de doações oficiais ao PT.

Dessa maneira, os valores chegavam como doação lícita, mas eram oriundas de propina. Vacarri sempre negou as acusações e afirmou que as doações feitas ao PT eram lícitas e  realizadas com transparência e com a devida prestação de contas às autoridades competentes.

O ex-tesoureiro do PT já foi condenado em um dos processos que responde em Curitiba, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O juiz federal Sérgio Moro determinou que Vaccari cumpra pena de 15 anos e 4 meses de prisão. Atualmente, ele está detido no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

Fonte: G1


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