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Brasil registrou saldo positivo na abertura de empresas no primeiro ano de pandemia de covid-19
O Brasil registrou saldo positivo na abertura de empresas no primeiro ano de pandemia de covid-19. No entanto, o fenômeno ocorreu exclusivamente na modalidade sem nenhum trabalhador assalariado, ou seja, somente havia o proprietário ou sócios. Ao mesmo tempo, houve fechamento de 32 467 empresas empregadoras de todos os tamanhos, incluindo micro, pequenas ou grandes companhias, que resultaram na demissão de mais de 825 mil assalariados. Os dados são do Cadastro Central de Empresas (Cempre) referentes a 2020 e divulgados nesta quinta-feira, 23, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O número de companhias e organizações formais ativas passou de 5,239 milhões em 2019 para 5,434 milhões em 2020, um avanço de 3,7%, o equivalente a 194.842 negócios a mais. O resultado, porém, é explicado por um salto de 8,6% no número de organizações sem nenhum trabalhador assalariado: 227.309 empresas a mais em apenas um ano. Os dados sugerem que o movimento seja explicado por um empreendedorismo de necessidade, uma maior criação de CNPJs por trabalhadores demitidos que tentavam abrir seu próprio negócio ou que buscavam compensar uma perda de renda provocada pela crise sanitária.
"Ou para manter a renda ou foram demitidas e abriram seus próprios negócios por necessidade", confirmou Thiego Gonçalves Ferreira, gerente da pesquisa do IBGE. "Houve saldo positivo em (empresas) não empregadores."
Por outro lado, o número de companhias e organizações com pelo menos uma pessoa ocupada mostrou queda generalizada. Nas empresas com 1 a 9 assalariados, o recuo foi de 0,4% no número de companhias, 8.233 a menos. Na faixa entre 10 a 49 assalariados, houve fechamento de 22.514 empresas em um ano, um tombo de 5,3% nesse total de empregadores.
O grupo que contratava entre 50 e 249 pessoas contabilizou 1.529 estabelecimentos a menos, recuo de 2,3% nesse universo em um ano Entre as grandes empresas, com pelo menos 250 assalariados, 191 companhias fecharam as portas, queda de 1% no total de empresas desse porte.
Redução no emprego assalariado
Em 31 de dezembro de 2020, as empresas e organizações formais ativas no País empregavam 52,697 milhões de pessoas, sendo 45,390 milhões delas assalariadas e 7,307 milhões na condição de sócio ou proprietário.
A força de trabalho ocupada diminuiu 1,0%, cerca de 523,5 mil pessoas a menos: 825,280 mil assalariados perderam o emprego em 2020, queda de 1,8% no total de trabalhadores nessa condição ante 2019, enquanto 378,976 mil pessoas a mais se tornaram sócias ou proprietárias, aumento de 11,3% nesse contingente em apenas um ano.
O IBGE ressalta que, apesar da pandemia, a redução de pessoal assalariado não foi a mais acentuada da série histórica em termos relativos. Os enxugamentos de mão de obra foram maiores nos anos de 2015 (-3,6%) e 2016 (-4,4%), em meio à recessão econômica.
O instituto lembra que, em 2020, programas emergenciais de governo ajudaram a evitar uma dispensa maior de empregados: o Programa de Manutenção de Emprego e Renda que teria beneficiado 9,8 milhões de trabalhadores; o Auxílio Emergencial ajudando na manutenção ou aumento do consumo pelos beneficiários; e o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), com liberação de R$ 37,5 bilhões em financiamentos a 517 mil empresas, de acordo com dados oficiais.
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