Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Segundo o Ministério da Fazenda, uma das principais metas da nova regra fiscal é zerar o déficit primário já em 2024
O relator do novo arcabouço fiscal, o deputado Cláudio Cajado (PP-BA), afirmou nesta quarta-feira (26) que o texto vai passar por alterações e deve estar pronto em 15 dias, em meados de maio. Segundo o relator, uma nova reunião irá acontecer na próxima terça-feira (02), com lideranças da Câmara dos Deputados para ouvir sugestões e debater o projeto.
Em evento realizado pela Frente Parlamentar Pelo Brasil Competitivo para debater a proposta, Cajado classificou o arcabouço fiscal como "inteligente" e "moderno" e disse estar aberto a considerações sobre o projeto. Cajado ressaltou que o cronograma de votação da pauta depende do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Segundo o Ministério da Fazenda, uma das principais metas da nova regra fiscal é zerar o déficit primário já em 2024. Nos anos seguintes, a proposta prevê entregar um superávit nas contas públicas de 0,50% em 2025 e 1% em 2026.
Para o presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), o novo arcabouço precisa apresentar medidas para a redução de despesas.
“Acho que o arcabouço tem um buraco, que é um buraco que o governo justifica com um aumento de arrecadação que viabiliza o equilíbrio. E o que o governo apresentou até agora para esse aumento de arrecadação não nos parece suficiente. Nós enfatizamos a necessidade de que a despesa pudesse ser contemplada com mais ênfase, dando um sinal de controle de despesas também, para que toda a proposta arcabouço pudesse ter mais credibilidade”, aponta.
Para o deputado Pedro Paulo Teixeira (PSD-RJ), o arcabouço fiscal oferece diversos riscos ao não controlar as despesas.
“Eu acredito que os objetivos de receita são muito ousados. Fora os efeitos que pode gerar para a economia com a retirada de R$ 200 bilhões da economia para trazer para um gasto estatal. Eu acredito que é muito difícil você rever os incentivos e poder reduzir contenciosos tributários, aumentar a base de arrecadação o suficiente para dar conta destes R$ 200 bilhões. Então, eu vejo com muita preocupação que o arcabouço consiga produzir os efeitos que são intencionais no que foi apresentado”, pontua.
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