O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), aplicou uma multa no valor de R$ 300 mil ao influencer Bruno Aiub, conhecido como Monark, por não cumprir uma decisão judicial, e determinou a abertura de um inquérito para investigá-lo.
De acordo com o ministro, o influencer criou novos perfis para disseminar conteúdo com desinformação, mesmo após a vedação pelo STF, e tentou lucrar com esse material. Para Moraes, a conduta demonstra que "o investigado está deliberadamente violando decisão do Supremo".relacionadas_esquerda
Monark teve suas contas bloqueadas no contexto do inquérito que investiga os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas. Em abril, Moraes já havia proibido o influencer de propagar notícias falsas sobre a atuação do Supremo ou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"A criação de novos perfis se revela como um artifício ilícito utilizado para produzir (e reproduzir) conteúdo que já foi objeto de bloqueio nestes autos, veiculando novos ataques, violando decisão judicial, o que pode caracterizar, inclusive, o crime de desobediência", afirmou Moraes na decisão.
O ministro apontou que existem informações de que o podcaster continua a disseminar conteúdo com informações inverídicas contra o sistema eleitoral, desrespeitando as decisões judiciais.
"Dessa forma, torna-se necessária, adequada e urgente a interrupção da propagação dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática, através de novo bloqueio de contas em suas redes sociais, com objetivo de interromper a lesão ou ameaça a direito", escreveu Moraes.
O ministro determinou o bloqueio imediato do valor correspondente à multa e também dos novos canais e perfis utilizados pelo influencer em diversas plataformas. Monark será investigado pelo crime de desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito.
Em fevereiro de 2022, Monark foi desligado do podcast Flow após fazer declarações em defesa da existência de um partido nazista, o que é proibido por lei. Na época, ele era um dos maiores youtubers de games do Brasil. Após receber críticas, Monark pediu desculpas e afirmou que estava bêbado quando fez o comentário.
Em novembro de 2022, o canal do YouTube de Monark foi desativado após uma decisão judicial. A plataforma alegou que a medida foi tomada em cumprimento de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em janeiro deste ano, a conta do Twitter do influencer também foi suspensa por ordem judicial.
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