MERCADO AUTOMOTIVO
Montadoras vão processar GMW e BYD por precos praticados no Brasil; entenda
Marcas ligadas à Anfavea acusam de ilegais as práticas comerciais de práticas chinesasAlgumas marcas associadas à Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) apresentarão uma denúncia ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para investigar a possível prática de "dumping" por parte de empresas chinesas no Brasil.
O dumping ocorre quando produtos são vendidos abaixo do custo de produção, o que pode prejudicar a competitividade e o equilíbrio do mercado local. A acusação envolve não apenas as empresas BYD e GWM, mas também outros segmentos, como ônibus, caminhões e máquinas agrícolas e rodoviárias.
A BYD, por meio de nota, afirmou que não pratica dumping e reforçou seu compromisso com as leis brasileiras e as normas internacionais de comércio. A GWM também declarou estar "tranquila" quanto ao cumprimento das normas.
Atualmente, a Anfavea representa 25 fabricantes e importadoras no Brasil, incluindo grandes marcas como Volkswagen, GM (Chevrolet), Stellantis e Ford. A entidade aponta que o aumento das importações de veículos chineses nos últimos anos tem contribuído para o déficit na balança comercial do setor, algo que não acontecia desde 2021.
As marcas chinesas respondem atualmente por 60% das vendas de carros eletrificados no Brasil, com 76,8 mil unidades da BYD e 29,2 mil da GWM emplacadas em 2024. Juntas, elas representam 22,7% dos veículos importados no país. A BYD e a GWM devem iniciar a produção local ainda em 2025, com as fábricas da BYD previstas para começar no primeiro trimestre e as da GWM até o final do primeiro semestre.
Para Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, a investigação visa garantir a livre concorrência e evitar práticas que possam prejudicar o mercado automotivo brasileiro. O nome das marcas envolvidas no processo não foi revelado.