Luto na dramaturgia
Morre Francisco Cuoco, um dos grandes galãs da TV, aos 91 anos
Ator estava internado no Albert Einstein, em São Paulo, há cerca de 20 dias
Francisco Cuoco, um dos maiores galãs da televisão brasileira, morreu nesta quinta-feira, 19, aos 91 anos. A informação foi confirmada pela família do ator, que o acompanhava em várias idas e vindas ao hospital nos últimos meses.
Cuoco não se destacou exatamente como um daqueles intérpretes virtuoses capazes de grandes transformações em cena. Ao contrário, construiu sua carismática identidade com uma galeria de personagens parecidos uns com os outros, sempre marcados pela voz grave e rouca, olhares sedutores, virilidade e um leve traço noir no jeito de falar.
Esse perfil fez de Cuoco um dos grandes nomes da história da TV brasileira, com forte presença em novelas da Rede Globo, sobretudo no final do século 20.
O ator nasceu em novembro de 1933 em uma família pobre do Brás, bairro que foi reduto de italianos na capital paulista. Cuoco estreou profissionalmente no teatro em 1958, ao lado de Fernanda Montenegro e Sérgio Britto (1923-2011). Fazia, na peça “A Muito Curiosa História da Virtuosa Matrona de Éfeso”, com direção de Alberto D’Aversa, um gladiador que já entrava morto em cena. Não tinha falas.
Com uma carreira marcada pela intensidade emocional, voz grave e presença marcante em cena, Cuoco conquistou o público brasileiro ao longo de mais de seis décadas de atuação. Ele se destacou principalmente nas décadas de 1970 a 1990, em produções da TV Globo como Selva de Pedra, O Astro e Pecado Capital. Seus personagens, muitas vezes envolventes e dramáticos, o tornaram um símbolo de charme, virilidade e elegância da teledramaturgia nacional.