POLÍTICA

Política brasileira conta com dois ex-presidentes em prisão domiciliar

Jair Bolsonaro foi acusado de descumprir reiteradamente as medidas cautelares
Por Tamara Albuquerque 05/08/2025 - 12:46
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STF/Comunicação
Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF
Jair Bolsonaro durante interrogatório no STF

Fernando Collor e Jair Bolsonaro têm em comum o fato de serem ex-presidentes do Brasil e de cumprirem prisão domiciliar por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). É uma situação inusitada e por motivos diversos e em contextos diferentes. 

Collor recebeu a autorização para cumprir pena em casa, em decisão anunciada em 2025, por questões de saúde. Ele foi condenado pelo Supremo a 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Bolsonaro "conquistou" a prisão domiciliar por descumprir medidas cautelares bem explícitas, como não ser manifestar nas redes sociais. 

No domingo passado, 3, o ex-presidente burlou a regra aparecendo em vídeo exibido pelo filho, Carlos Bolsonaro, nas manifestações contra o presidente Lula e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. O ex-presidente estava proibido de usar o celular, direta ou indiretamente, por intermédio de terceiros. Ele é réu na ação penal sobre a trama golpista, na qual responde por cinco crimes, entre os quais tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. 

O "mito" foi preso por descumprir medidas cautelares que haviam sido aplicadas na investigação que apura uma suposta articulação juntos aos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras em troca de anistia na trama golpista. 

Bolsonaro é o 4º ex-presidente da República a ser detido desde a redemocratização do país, há 40 anos. Ele segue sendo o primeiro a responder a uma ação por tentativa de golpe de Estado. Além dele, já foram presos o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-presidentes Michel Temer e Fernando Collor, que em responderam a ações relativas a corrupção. Todos foram detidos em momentos em que não ocupavam a Presidência.


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