Economia

Mesmo com tarifaço dos EUA, real lidera valorização entre moedas globais

Entre 13 de julho e 13 de agosto, a moeda brasileira se valorizou 3,7% frente ao dólar
Por ICL Noticias 14/08/2025 - 15:02
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© José Cruz/Agência Brasil
Valorização do Real aconteceu mesmo em um ambiente de forte pressão externa
Valorização do Real aconteceu mesmo em um ambiente de forte pressão externa

Apesar do impacto do tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump em 9 de julho e implementado na última semana, o real registrou o melhor desempenho entre todas as moedas do mundo nos últimos 30 dias. O resultado surpreendeu especialistas, já que o Brasil passou a ser, nesse período, o país mais tarifado do planeta.

De acordo com dados do Banco Central, entre 13 de julho e 13 de agosto a moeda brasileira se valorizou 3,7% frente ao dólar, superando divisas como o rand sul-africano (+1,8%), o forint húngaro (+1,3%) e o peso chileno (+1,2%). Também tiveram ganhos, mas de forma mais tímida, a libra esterlina (+0,5%), o peso mexicano (+0,8%), o zloty polonês (+0,1%) e o euro (+0,1%).

Por que o real se destacou


A valorização aconteceu mesmo em um ambiente de forte pressão externa, impulsionada pelas novas tarifas dos EUA sobre produtos brasileiros. Analistas apontam três fatores principais para a resiliência do câmbio:
Entrada de investimento estrangeiro;
Alta nas commodities exportadas pelo Brasil;
Política monetária adotada pelo Banco Central.

No recorte mais recente, dos últimos cinco dias, o real também manteve a liderança, confirmando a consistência do movimento de apreciação.

Enquanto o real subiu, muitas moedas perderam força no período. O peso argentino caiu 3% e a rúpia indiana recuou 2%, reflexo de incertezas políticas e instabilidade em mercados emergentes. Nesse cenário, o Brasil se destacou pela solidez do câmbio, mesmo diante de choques externos.

A valorização do real tende a reduzir custos de importação e aliviar pressões inflacionárias ligadas ao câmbio. Porém, especialistas alertam que o fôlego pode ser passageiro, já que o impacto total do tarifaço sobre as exportações brasileiras deve ser mais visível nos próximos meses.


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