SAÚDE

Vacinação contra gripe e Covid reduz risco de infarto e AVC em até 40%

Estudos mostram impacto positivo da imunização em pacientes cardíacos e idosos
Por Redação 10/09/2025 - 20:22
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Manter a vacinação em dia contra gripe, Covid-19 e outros vírus respiratórios pode diminuir significativamente o risco de infarto e AVC
Manter a vacinação em dia contra gripe, Covid-19 e outros vírus respiratórios pode diminuir significativamente o risco de infarto e AVC

Manter a vacinação em dia contra gripe, Covid-19 e outros vírus respiratórios pode diminuir significativamente o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Estudos recentes apontam reduções de até 41% nas mortes por causas cardiovasculares em pacientes imunizados ao longo de um ano.

De acordo com o cardiologista Múcio Tavares de Oliveira Jr., que assina estudo realizado pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, a proteção é especialmente importante para pessoas com doenças cardíacas ou risco elevado de desenvolvê-las. "Os dados reforçam que a imunização deve ser vista não apenas como prevenção contra infecções, mas também como uma estratégia eficaz para reduzir eventos fatais, como infarto e AVC", afirmou.

O mecanismo ocorre porque infecções respiratórias desencadeiam processos inflamatórios que podem desestabilizar placas de gordura nas artérias, aumentando as chances de coágulos e obstruções. Pesquisas apontam que o risco de infarto pode ser até seis vezes maior nos sete dias seguintes ao início de uma gripe confirmada por exame laboratorial.

Entre os dados mais relevantes está um estudo multicêntrico com 2.500 pacientes que tiveram infarto. Aqueles que receberam a vacina contra influenza apresentaram 41% menos mortes por causas cardiovasculares no período de um ano, em comparação aos não vacinados. Outro levantamento, com 5.000 pessoas com insuficiência cardíaca, mostrou reduções de 23% na mortalidade cardiovascular, 21% na mortalidade geral e 24% nas hospitalizações entre vacinados.

Os benefícios não se restringem à gripe. Pesquisas indicam que pacientes vacinados contra Covid-19 têm até 37% menos necessidade de internação em UTI e redução de 30% na mortalidade. Já em relação ao vírus sincicial respiratório, dados com mais de 6.000 adultos apontam risco até 18 vezes maior de eventos cardiovasculares graves nos seis meses após a infecção.

A Sociedade Europeia de Cardiologia já incorporou a vacinação contra influenza e Covid-19 em suas recomendações para prevenção secundária em cardiopatas e idosos. No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza vacinas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos de risco, incluindo pessoas com doenças cardíacas e hipertensão.

Apesar disso, a adesão à vacinação ainda é considerada baixa. Especialistas alertam que resistência cultural, desinformação e o avanço de mensagens antivacina comprometem a cobertura vacinal, o que representa um desafio adicional para a saúde pública.

O estudo que deu origem ao artigo foi conduzido de forma independente, por iniciativa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo. O cardiologista Múcio Tavares de Oliveira Jr. atua também como consultor em temas específicos para as farmacêuticas Sanofi, GSK, Pfizer e MSD.


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