POLÍCIA

Universitária é presa acusada de ser 'serial killer' e matar 4 envenenados

Irmã gêmea de Ana Paula e a filha de uma vítima estão presas por terem ajudado a ré
Por Redação 12/10/2025 - 09:45
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Reprodução/Redes sociais
Ana Paula Veloso Fernandes é acusada pelo Ministério Público por quatro homicídios
Ana Paula Veloso Fernandes é acusada pelo Ministério Público por quatro homicídios

Até setembro, Ana Paula Veloso Fernandes se apresentava como aluna de Direito em uma faculdade particular. Mas, segundo o Ministério Público (MP), a universitária de 35 anos é uma “serial killer” acusada de matar ao menos quatro pessoas, supostamente envenenadas, nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Ana Paula foi presa preventivamente e se tornou ré na Justiça pelos assassinatos de Marcelo Hari Fonseca e Maria Aparecida Rodrigues, em Guarulhos; do idoso Neil Corrêa a Silva, em Duque de Caxias (RJ); e do tunisiano Hayder Mhazres, em São Paulo. Os crimes ocorreram entre janeiro e maio deste ano, segundo a Promotoria.

O MP afirma que a estudante envenenou as vítimas e aguarda o resultado de exames periciais para determinar o tipo de substância usada. A investigação aponta que Ana Paula agiu com o objetivo de obter bens e dinheiro das vítimas, aproximando-se delas fingindo amizade ou interesse amoroso.

Irmã gêmea e cúmplice também presas

O Ministério Público acredita que Ana Paula contou com ajuda da irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, e de Michelle Paiva da Silva, filha de uma das vítimas. As duas também estão presas por suspeita de envolvimento.

“Ana Paula Veloso... ela foi até a nossa delegacia por conta de um evento de um suposto bolo envenenado dentro de uma faculdade. Ela colocou esse bolo envenenado supostamente para tentar incriminar uma terceira pessoa. Através desse inquérito, a gente chegou à conclusão que Ana Paula Veloso não era vítima nesse caso, mas sim uma ‘serial killer’”, disse o delegado Halisson Ideiao, do 1º Distrito Policial de Guarulhos.

A universitária foi detida pela primeira vez em terça-feira, 9 de julho, após tentar envenenar colegas da faculdade. Na ocasião, ela teria confessado o crime, alegando vingança contra a esposa de um policial militar com quem mantinha um relacionamento.

A prisão preventiva pelos quatro homicídios foi decretada em quarta-feira, 4 de setembro. De acordo com o MP, medidas alternativas seriam “absolutamente inadequadas” para conter “quem revela ser uma assassina em série”.

Assassinatos por envenenamento

Em sexta-feira, 26 de abril, o idoso Neil Corrêa a Silva, de 65 anos, morreu após comer uma feijoada supostamente envenenada por Ana Paula, em Duque de Caxias. A investigação aponta que Michelle, filha da vítima, teria pago R$ 4 mil à estudante para cometer o crime.

Mensagens obtidas pela polícia mostram que Ana Paula e Roberta usavam a sigla “TCC”, numa falsa referência a “Trabalho de Conclusão de Curso”, para tratar do pagamento pelo assassinato.

Em quinta-feira, 31 de janeiro, a estudante também teria matado Marcelo Hari Fonseca, de 51 anos, em Guarulhos, e, em quinta-feira, 11 de abril, Maria Aparecida Rodrigues, após oferecer café e bolo à mulher um dia após conhecê-la.

O quarto crime teria ocorrido em sexta-feira, 23 de maio, contra o tunisiano Hayder Mhazres, de 21 anos, com quem Ana Paula mantinha um relacionamento. Segundo o MP, o jovem passou mal e morreu em seu apartamento. O corpo foi enviado à Tunísia sem perícia, mas a investigação concluiu que ele foi envenenado.

Ana Paula está detida em uma unidade prisional de Guarulhos, enquanto Roberta e Michelle permanecem presas durante as investigações. A Polícia Civil de São Paulo e do Rio de Janeiro apura se há outras possíveis vítimas.


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