bairros afundando
Incertezas sobre Braskem elevam percepção de risco no mercado corporativo
Desconfiança de investidores estrangeiros aumenta após dúvidas sobre a solidez financeira
A Braskem, maior petroquímica da América Latina, voltou ao centro das preocupações do mercado financeiro. Investidores estrangeiros passaram a adotar uma postura mais cautelosa diante das incertezas em torno da situação financeira da companhia, que enfrenta questionamentos sobre sua capacidade de manter estabilidade após uma série de problemas ambientais e judiciais em Maceió.
O alerta foi reforçado após o pedido de proteção contra execuções feito pela Ambipar, empresa de gestão ambiental com forte exposição ao mercado de capitais. O episódio provocou um aumento da percepção de risco entre investidores internacionais em relação às companhias brasileiras — movimento que também atingiu a Braskem e outras grandes emissoras de títulos corporativos, como a Raízen.
De acordo com levantamento do J.P. Morgan, o índice que mede o desempenho dos papéis corporativos brasileiros recuou 3% desde o anúncio da Ambipar, refletindo o ambiente de desconfiança e a aversão a riscos no mercado. As informações são do Valor.
Analistas avaliam que o caso da Braskem pesa especialmente sobre o humor dos investidores, por envolver uma empresa de capital aberto, listada em bolsa, com grande relevância industrial e presença internacional. As dúvidas sobre sua higidez financeira, aliadas às consequências econômicas e judiciais do afundamento do solo em bairros de Maceió — episódio atribuído à extração de sal-gema pela companhia — continuam sendo um fator de instabilidade na percepção do mercado.