Matança

Número de mortos em megaoperação da polícia no Rio de Janeiro sobe para 132

Governo ainda não atualizou contagem das vítimas da mais letal operação no Estado
Por Redação 29/10/2025 - 13:13
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Reprodução
População se revolta com o governador Cláudio Castro e faz manifestação nas ruas
População se revolta com o governador Cláudio Castro e faz manifestação nas ruas

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirma que há 132 mortos após a megaoperação efetuada supostamente contra o Comando Vermelho (CV) na terça-feira, 28, a mais letal da história do Estado. Moradores do Complexo da Penha, na zona norte carioca, um dos locais onde houve a operação, levaram ao menos 60 corpos para a Praça São Lucas durante a madrugada e o início da manhã desta quarta-feira, 29.

Mais cedo, à TV Globo, o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse que os cadáveres levados pelos moradores não estavam na contagem. O governo, porém, não atualizou o balanço oficial, que agora está 58 óbitos.

Já o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), classificou a matança como um “sucesso” declaração dada após uma reunião com autoridades de segurança pública, em que o governador parabenizou as forças envolvidas. Segundo Castro, o governo reconhece oficialmente 58 mortes: 54 suspeitos e quatro policiais.

Castro afirmou ainda que recebeu o apoio de outros governadores e que a ação pode representar “o início de um grande processo no Brasil” contra o crime organizado. “Temos a convicção que podemos vencer batalhas, mas sozinhos não podemos vencer a guerra, contra o estado paralelo, que a cada dia vem se mostrando mais forte, com poder bélico maior, poderio financeiro mais forte”, disse.

A Operação Contenção deflagrada pelo governo do Rio de Janeiro, nessa terça-feira (28), contra a facção Comando Vermelho, teve repercussão internacional por conta das dezenas de mortes.

A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um post, no fim da noite de ontem, em seu perfil na rede X (antigo Twitter), pedindo que as autoridades estejam atentas a suas obrigações perante o direito internacional."Brasil: estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro, que já teria resultado na morte de mais de 60 pessoas, incluindo quatro policiais. Esta operação letal reforça a tendência de consequências extremamente fatais das ações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Relembramos às autoridades suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos e instamos a realização de investigações rápidas e eficazes”.

Dia seguinte

Um dia depois da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, a capital fluminense ainda vive em clima de tensão e reforço policial nas ruas. Os transportes públicos funcionam normalmente, mas o número de passageiros é bem menor do que a rotina de uma quarta-feira. A circulação de carros nas ruas também é reduzida.Universidades públicas e algumas escolas próximas à zona Norte suspenderam as aulas e unidades de saúde restringiram o atendimento.


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