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População se revolta com o governador Cláudio Castro e faz manifestação nas ruas
A Defensoria Pública do Rio de Janeiro afirma que há 132 mortos após a megaoperação efetuada supostamente contra o Comando Vermelho (CV) na terça-feira, 28, a mais letal da história do Estado. Moradores do Complexo da Penha, na zona norte carioca, um dos locais onde houve a operação, levaram ao menos 60 corpos para a Praça São Lucas durante a madrugada e o início da manhã desta quarta-feira, 29.
Mais cedo, à TV Globo, o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse que os cadáveres levados pelos moradores não estavam na contagem. O governo, porém, não atualizou o balanço oficial, que agora está 58 óbitos.
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Já o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), classificou a matança como um “sucesso” declaração dada após uma reunião com autoridades de segurança pública, em que o governador parabenizou as forças envolvidas. Segundo Castro, o governo reconhece oficialmente 58 mortes: 54 suspeitos e quatro policiais.
Castro afirmou ainda que recebeu o apoio de outros governadores e que a ação pode representar “o início de um grande processo no Brasil” contra o crime organizado. “Temos a convicção que podemos vencer batalhas, mas sozinhos não podemos vencer a guerra, contra o estado paralelo, que a cada dia vem se mostrando mais forte, com poder bélico maior, poderio financeiro mais forte”, disse.
A Operação Contenção deflagrada pelo governo do Rio de Janeiro, nessa terça-feira (28), contra a facção Comando Vermelho, teve repercussão internacional por conta das dezenas de mortes.
A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um post, no fim da noite de ontem, em seu perfil na rede X (antigo Twitter), pedindo que as autoridades estejam atentas a suas obrigações perante o direito internacional."Brasil: estamos horrorizados com a operação policial em andamento nas favelas do Rio de Janeiro, que já teria resultado na morte de mais de 60 pessoas, incluindo quatro policiais. Esta operação letal reforça a tendência de consequências extremamente fatais das ações policiais nas comunidades marginalizadas do Brasil. Relembramos às autoridades suas obrigações sob o direito internacional dos direitos humanos e instamos a realização de investigações rápidas e eficazes”.
Dia seguinte
Um dia depois da megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, na zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, a capital fluminense ainda vive em clima de tensão e reforço policial nas ruas. Os transportes públicos funcionam normalmente, mas o número de passageiros é bem menor do que a rotina de uma quarta-feira. A circulação de carros nas ruas também é reduzida.Universidades públicas e algumas escolas próximas à zona Norte suspenderam as aulas e unidades de saúde restringiram o atendimento.
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