A megaoperação realizada nesta terça-feira, 28, contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, teve grande repercussão entre políticos de diferentes estados. A ação, considerada uma das maiores já feitas na capital fluminense, resultou em 64 mortes — quatro delas de policiais — e reacendeu o debate sobre a responsabilidade pela segurança pública.

No Rio de Janeiro, o governo estadual é comandado por Cláudio Castro, do Partido Liberal (PL), legenda à qual também pertencem os três senadores do estado — Flávio Bolsonaro, Romário e Carlos Portinho — e cerca de um quinto da bancada fluminense na Câmara dos Deputados, incluindo Altineu Côrtes, Carlos Jordy, Chris Tonietto, Delegado Ramagem, General Pazuello, Helio Lopes, Roberto Monteiro, Soraya Santos e Sóstenes Cavalcante.

Apesar disso, parlamentares do PL e de outros partidos em Alagoas atribuíram ao governo federal a responsabilidade pelo agravamento da crise de segurança. O deputado federal Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) criticou, nas redes sociais, o que chamou de “inação” do Executivo federal. “Enquanto famílias choram e policiais perdem suas vidas, o governo federal assiste, inerte, ao crime organizado avançando em todo o país”, afirmou.

Gaspar mencionou o Projeto de Lei 4120/2024, de sua autoria, que cria a chamada Lei Anti-Máfia. Segundo ele, o texto foi aprovado na Câmara, mas “está parado no Senado há quase um ano”. Na mesma linha, o deputado federal Delegado Fábio Costa (PP-AL) afirmou que o governo “negou ajuda” à operação e acusou o Executivo de enfraquecer a atuação policial. “Quando quem está no poder trata narcotraficante como vítima e criminaliza a polícia, o crime se fortalece. O resultado está aí: o caos”, declarou.

O deputado estadual Cabo Bebeto (PL-AL) também responsabilizou o Governo Lula, dizendo que o atual cenário é “reflexo de uma condução equivocada”. “O Brasil vive um momento em que o próprio presidente dá mau exemplo, enfraquece as leis e estimula a impunidade. Nenhum brasileiro consciente pode esquecer o abandono do Governo Federal no combate ao crime organizado. Em 2026, o voto deve ser a nossa resposta”, afirmou.