SEGURANÇA PÚBLICA

Rio de Janeiro terá escritório emergencial de combate ao crime

Estrutura será coordenada pela SSP e terá apoio federal com vagas em presídios e equipes de perícia
Por Redação 29/10/2025 - 20:01
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Reprodução
Coletiva Cláudio Castro e Lewandowski no Rio de Janeiro
Coletiva Cláudio Castro e Lewandowski no Rio de Janeiro

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, anunciaram quarta-feira, 29, a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado. O núcleo será coordenado pelo secretário de Segurança do estado, Victor Santos.

A reunião ocorreu no Palácio Guanabara, em Laranjeiras, Zona Sul do Rio, um dia após uma megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão que deixou mais de 120 mortos. Durante o encontro, foram debatidas ações para enfrentar o Comando Vermelho, além de temas como a classificação de “narcoterrorismo” e o uso da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

“O escritório vai conjugar as forças estaduais e federais, tomando decisões rápidas até que a crise seja superada”, disse Lewandowski. Segundo o ministro, a iniciativa é um embrião da PEC de Segurança Pública, que ainda será levada ao Congresso.

Medidas federais de apoio

Lewandowski afirmou que o governo federal vai apoiar o estado com o aumento do efetivo da Polícia Rodoviária Federal em 50 homens, reforço na inteligência e disponibilização de vagas em presídios federais. Apesar da crise orçamentária, disse que o objetivo é colaborar “dentro do possível” para enfrentar a crise de segurança no Rio.

Além do escritório, o ministro mencionou um plano abrangente anti-facção e projetos de lei que preveem aumento de penas para diversos crimes.

‘Narcoterrorismo’ e GLO

Lewandowski criticou a denominação de “narcoterrorismo” usada pelo governo do estado para se referir ao Comando Vermelho. “Terrorismo envolve um fator ideológico e atentados; facções criminosas são grupos que cometem crimes previstos no Código Penal”, explicou.

O ministro destacou que o pedido de GLO depende do governador e afirmou que não há posição do governo federal contra ou a favor. Castro, por sua vez, garantiu que não solicitou a operação, afirmando que a situação atual difere de 2018, com melhores salários, equipamentos e infraestrutura.

Debate sobre blindados

Durante a megaoperação de terça-feira, 28, Castro mencionou pedidos anteriores para uso de blindados da Marinha, negados na época. Lewandowski afirmou que a União mantém atuação no estado desde outubro de 2023 por meio da Operação Nacional de Segurança Pública e está à disposição do governo estadual.

Nesta quarta-feira, Castro reforçou que não pretende transformar o momento em uma disputa política e elogiou Fábio Galvão, superintendente regional da PF no Rio. O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, acrescentou que houve contatos operacionais entre a PM e a PF sobre a operação, mas que a PF avaliou que a ação não era compatível com seu modo de atuação.


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