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Mudanças no IR começam a valer; veja como afetam salários e altas rendas

Nova faixa de isenção beneficiará 10 milhões de contribuintes a partir de 2026
Por Redação 26/11/2025 - 13:00
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Agência Brasil
Imposto de Renda terá novas regras
Imposto de Renda terá novas regras

Começam a valer nesta quarta-feira, 26, as mudanças no Imposto de Renda aprovadas no Projeto de Lei 1.087/2025, sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A medida amplia a faixa de isenção para trabalhadores e é tratada pelo governo como uma promessa de campanha cumprida, voltada à justiça fiscal e ao alívio tributário da base trabalhadora. As novas regras entram em vigor em 1º de janeiro de 2026.

O governo também avalia que a reforma tem forte peso político, especialmente após semanas de tensão no Congresso. O modelo aprovado traz uma combinação de alívio no imposto pago por trabalhadores de renda média e aumento da tributação sobre lucros e dividendos recebidos por altas rendas.

Impacto nos salários

Cálculos da Confirp Contabilidade mostram que um trabalhador que ganha R$ 5 mil por mês terá uma economia de R$ 312,89 mensais, o que representa R$ 4.067,57 por ano, considerando o 13º salário — praticamente um salário extra.

Pela nova regra, quem ganha até R$ 5 mil deixará de pagar IR graças a um desconto variável, que reduz gradualmente até o valor de R$ 7.350. Acima disso, não há mudança. A regra também vale para o 13º.

Ganhos estimados segundo a Confirp:

  • R$ 3,4 mil: R$ 354,89 ao ano
  • R$ 4 mil: R$ 1.491,89 ao ano
  • R$ 5 mil: R$ 4.067,57 ao ano
  • R$ 6 mil: R$ 2.336,75 ao ano
  • R$ 7 mil: R$ 605,86 ao ano
  • R$ 7.350: sem impacto

Segundo o governo, 10 milhões de contribuintes deixarão de pagar IR já em 2026, fazendo com que 65% dos declarantes fiquem isentos — cerca de 26 milhões de pessoas. Na população total, a isenção alcançará 87% dos brasileiros.

Tributação das altas rendas

O alívio para os trabalhadores vem acompanhado de novas cobranças sobre os mais ricos. A reforma cria o Imposto de Renda Pessoa Física Mínimo (IRPFm), que passa a incidir sobre lucros e dividendos acima de determinados limites.

Lucros e dividendos pagos por uma mesma empresa a uma mesma pessoa acima de R$ 50 mil por mês terão retenção de 10%. Lucros acumulados até 2025 permanecem isentos se aprovados até 31 de dezembro daquele ano.

Haverá também tributação mínima anual de até 10% para quem ganha mais de R$ 1,2 milhão por ano, considerando todos os rendimentos (com exceções como poupança, LCI, LCA, fundos imobiliários e lucros anteriores a 2026).

Especialistas alertam que o texto final eliminou o mecanismo que limitava a soma de IRPJ, CSLL e IRPFm, o que pode elevar a tributação efetiva sobre lucros em até 10% adicionais.

Quem ganha e quem paga mais

  • . Trabalhadores de até R$ 5 mil: maiores beneficiados.
  • . Renda entre R$ 5 mil e R$ 7.350: redução menor e progressiva.
  • . Acima de R$ 7.350: nada muda.
  • . Sócios, empresários e investidores: pagarão mais com a taxação de dividendos.

Mesmo com a desoneração estimada de R$ 31 bilhões por ano, o governo calcula que o IRPFm compensará essa perda, gerando saldo positivo de R$ 12 bilhões entre 2026 e 2028.

Ferramentas para simular os impactos

A Confirp lançou duas calculadoras para ajudar trabalhadores e empresários a entenderem, de forma prática, os efeitos da reforma:

As ferramentas auxiliam contribuintes a planejarem suas finanças diante do novo cenário tributário.


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