PROTEÇÃO
Estudo nacional realizado em Maragogi reforça importância do uso de máscaras
Trabalho é liderado por pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria
O uso disseminado de máscaras de alta qualidade, como a N95 e a PFF2, somado ao monitoramento dos casos de Covid-19 e outras medidas não farmacológicas, pode manter muito baixos os níveis de transmissão do novo coronavírus nas escolas até mesmo em cidades com baixa taxa de vacinação, revelou estudo nacional publicado nesta quinta-feira, 5, que usou como modelo o município de Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas.
O trabalho é liderado por pesquisadores do Centro de Ciências Matemáticas Aplicadas à Indústria (CeMEAI), sediado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), em São Carlos.
Em um cenário em que ninguém usa máscaras, variantes mais transmissíveis como a Ômicron poderiam infectar até 80% da população. Essas são algumas das conclusões de um estudo publicado na plataforma arXiv em versão preprint (ainda sem revisão por pares).
O trabalho também concluiu que o uso de máscaras de má qualidade, como as de pano, por estudantes e profissionais da educação aumentaria em cinco vezes as transmissões em relação ao cenário com escolas fechadas.
No caso de os estudantes usarem máscaras consideradas de boa qualidade, como as cirúrgicas (eficácia de filtragem de 50%), e os funcionários das escolas utilizarem as N95 ou PFF2 (que têm 95% de eficácia de filtragem), o aumento da transmissão seria de três vezes, comparado ao período sem aulas presenciais.
As simulações matemáticas que permitiram chegar às conclusões foram baseadas em dados epidemiológicos da Covid-19, de secretarias de saúde e de educação, de um modelo de transmissão em salas de aula por aerossol e de dados de mobilidade de uma população.
A população que serviu de modelo foi a de Maragogi, porque a cidade tem renda e demografia representativa de cerca de 40% dos municípios brasileiros, além de uma população com 33 mil habitantes.
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