APÓS ELEIÇÕES
'É incoerente', afirmam empresários sobre decisão de limitar réveillons
Decisão acontece após diversos registros de superlotação em comícios com a presença de Renan Filho
Produtores de eventos de Alagoas classificaram como incoerente a decisão do governador Renan Filho (MDB) em limitar a quantidade de público das festas de réveillon, em Alagoas. A medida, recomendada pelo Ministério Público Estadual (MP-AL) foi anunciada nesta quinta-feira, 3, durante uma coletiva de imprensa.
"Existe uma incoerência sobre esse regramento sanitário. Já estávamos discutindo com os órgãos e hoje existem estudos científicos que comprovam que o risco de contaminação em um evento seguindo os protocolos em eventos assim é baixo ou muito baixo independente do quantitativo de pessoas", afirmou Sérgio Feitosa, representante de Alagoas na Associação Brasileira de Produtores de Eventos (Abrape).relacionadas_esquerda
De acordo com o empresário, em nenhum momento o governo se propôs a discutir com os produtores possíveis medidas sanitárias. Para o setor, Renan Filho está tratando todo tipo de evento como um só e criando uma única regra por considerar "ser o caminho mais fácil".
Sérgio explica que a associação defende a existência de um protocolo adaptado a eventos de grande porte. "Existe protocolo para bares e restaurantes que possuem música ao vivo. No caso das festas de réveillon, teria que existir um protocolo adaptado a esse tipo de evento de grande porte, mas em nenhum momento fomos procurados para discutir isso".
O consequente cancelamento de grandes festas da capital será refletido na economia. No Brasil, Maceió é conhecida como a capital do réveillon, figurando inclusive entre os destinos mais buscados em sites de agências de turismo.
"Imagina quantos trabalhadores estavam no aguardo das festas e agora não teremos mais. Os hotéis, os turistas e principalmente a economia da capital será prejudicada", finaliza.
Sérgio Feitosa também é responsável por um dos maiores réveillons do País, o Celebration, realizado na praia de Jacarecica, em Maceió. Sobre a possibilidade de cancelar a edição deste ano, o empresário afirmou que até o momento não tomou uma decisão definitiva, mas que pretende seguir a recomendação do Ministério Público Estadual.
Medida controversa
A medida é controversa para os empresários do ramo, principalmente da capital, Maceió. Isso por que, o próprio chefe do Executivo Estadual participou de eventos políticos que foram marcados por superlotação durante as eleições deste ano, junto ao prefeito Rui Palmeira, que foi infectado durante o período.
Além de superlotação, foram registrados descumprimento das regras sanitárias, dentre outros comportamentos que colidiram frontalmente com os dispositivos do decreto estadual. A decisão, no entanto, foi tomada depois de uma reunião com o Ministério Público Estadual (MPE), conforme disse o governador.
Em Maceió
Nessa quarta-feira, a Prefeitura de Maceió também decidiu cancelar a tradicional queima de fogos na orla da capital durante a festa de Réveillon.
A medida foi adotada seguindo o Plano de Distanciamento Social Controlado do Governo do Estado, instituído pelo Decreto Nº 70.145, de 22 de junho de 2020, e a recomendação do Ministério Público Estadual (MPE