CAMPEONATO ALAGOANO

"Não vejo como machismo", diz bandeirinha cercada por jogadores do Murici no Alagoano

Por Adriano Wilkson - UOL 05/02/2019 - 14:30

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Raquel Barbosa, bandeirinha da CBF, reage a cerco de jogadores - Foto: Pei Fon
Raquel Barbosa, bandeirinha da CBF, reage a cerco de jogadores - Foto: Pei Fon

Uma foto da bandeirinha Raquel Barbosa em uma partida do Campeonato Alagoano ganhou repercussão no último fim de semana. Na imagem, a assistente de 29 anos aparece cercada por vários jogadores do Murici e reage de maneira impassível.

A cena, registrada na última quinta-feira pela fotógrafa Pei Fon, do portal TNH1, de Maceió, mostra a reclamação dos jogadores do Murici, contra a decisão de Raquel de confirmar um gol do CSA.

O CSA acabaria vencendo por 2 a 1. A foto rendeu elogios ao autocontrole da bandeirinha, que pertence ao quadro da CBF e também já atuou na Série C do Brasileiro. Interpretada como um retrato do conflito de gêneros no esporte, gerou também críticas aos jogadores envolvidos.

Procurada pela reportagem do portal UOL, Raquel disse que a postura dos atletas não teve relação com a questão de gênero. "Foi uma situação de jogo", disse ela. "Não vejo como machismo. Os atletas não foram grosseiros ou abusivos, apenas protestaram com insistência porque acharam que houve falta no lance".

Na ocasião, os jogadores do Murici reclamavam de uma falta em lance que originou o gol do CSA. Como a bandeirinha estava mais bem colocada que o árbitro central, virou o alvo principal dos protestos.

"Infelizmente, o atleta no Brasil tem esse hábito de protestar insistentemente contra a decisão do árbitro. Não deveriam fazer isso, ainda mais contra uma decisão correta", afirmou a auxiliar.

Pela insistência, o goleiro Léo Murici, que aparece encarando a bandeirinha de maneira mais incisiva, acabou levando cartão amarelo. Após a partida, com a repercussão da imagem, o jogador de 29 anos acabou telefonando a Raquel para pedir desculpas "caso tenha ofendido".

"Liguei e pedi desculpa, mas tenho consciência e, ela também, de que não falei nada que ofendesse", afirmou o goleiro ao UOL Esporte.

O jogador afirma que precisou gritar com a bandeirinha porque o estádio Rei Pelé estava lotado. "Fomos apenas cobrar o lance porque a jogada nos atrapalhou bastante. Infelizmente a foto que vazou mostra uma situação diferente do que aconteceu. E isso está bastante complicado pra minha vida pessoal."

O goleiro afirma que vem sendo criticado e até ameaçado em suas redes sociais. "Me deixa triste, mas não vai me abalar. Tenho consciência do que fiz."


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