Comemorado nesta quinta-feira, 1º de maio, o Dia do Trabalho é feriado nacional em diversos países, incluindo o Brasil. A data marca a luta histórica dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e jornadas mais justas. Curiosamente, apesar de ter origem nos Estados Unidos, o 1º de maio não é celebrado como feriado por lá.

O embrião da data está na Revolta de Haymarket, ocorrida em Chicago, em 1886. Na ocasião, trabalhadores foram às ruas para exigir a redução da jornada de trabalho, que chegava a 13 horas diárias, para oito horas. O protesto, liderado pela Federação Americana do Trabalho, resultou em confrontos com a polícia, que culminaram na morte de 11 pessoas e dezenas de feridos.

Apesar da repressão, o movimento ganhou repercussão internacional. Em 1889, a Segunda Internacional — organização que reunia partidos socialistas e sindicatos — oficializou o 1º de maio como o Dia Internacional do Trabalho, em homenagem aos manifestantes de Chicago. A data passou a ser celebrada no ano seguinte, com greves e manifestações em países da Europa.

No Brasil, a data foi reconhecida como feriado nacional em 1925, durante o governo de Artur Bernardes. Contudo, foi com Getúlio Vargas, nos anos 1930, que o 1º de maio ganhou protagonismo. O presidente usou a data para anunciar políticas trabalhistas e reforçar sua imagem de defensor dos direitos dos trabalhadores — em 1940, por exemplo, sancionou a criação do salário mínimo justamente em um 1º de maio.

Já nos Estados Unidos, a celebração do trabalho foi deslocada para a primeira segunda-feira de setembro, conhecida como Labor Day. A mudança foi uma forma de distanciar o país das origens socialistas e anarquistas da data, segundo historiadores.

Atualmente, cerca de 80 países celebram o Dia Internacional do Trabalho no 1º de maio, como Itália, Alemanha, China, Portugal e o próprio Brasil. Por aqui, a data é marcada por atos públicos, festas e homenagens à classe trabalhadora — que continua, mais de um século depois, em busca de melhores condições de vida e trabalho.