TECNOLOGIA
Estação lunar será construída em parceria entre EUA e Rússia
Aestação orbital lunar Deep Space Gateway (DSG, na sigla em inglês) será destinada não só à realização de experimentos na órbita do satélite terrestre, mas também para expedições à sua superfície, comunicam mídias citando os representantes da NASA.
"Embora a DSG seja muito menor que a EEI pelas suas dimensões, e é pouco provável que seja habitada permanentemente, a estação lunar terá a mesma utilidade para os cientistas que uma plataforma orbital da Terra. Segundo nos revelaram os pesquisadores, ela pode girar por uma órbita muito interessante, que permitirá tanto manejar robôs na Lua como realizar expedições à sua superfície", disse Ben Bassi, cientista sênior do Departamento de Missões Humanas ao Espaço da NASA.
Os primeiros rumores sobre a possível construção de uma "irmã da EEI" na órbita da Lua surgiram no outono de 2016, quando decorreu uma reunião fechada do Grupo Internacional para a Construção de Espaçonaves ISCWG.
Nesse âmbito, os representantes das cinco potências espaciais discutem os planos internacionais para exploração do espaço e o que irá empreender a humanidade após o fechamento da EEI em meados de 2020.
Estes relatos foram confirmados pelos representantes das agências Roscosmos e NASA em setembro do ano passado no Congresso Aeronáutico Internacional, onde estes anunciaram que seus países tinham acordado em começar a construir uma estação orbital lunar que, além de ajudar na exploração da Lua, servirá de "porta para o espaço distante".
A construção desta base deve ser iniciada em 2022, quando forem lançados para a Lua os primeiros módulos da futura estação no âmbito da terceira expedição do programa Orion.
A Rússia, representada pela Roscosmos, vai construir o elo-chave da estação, isto é, o módulo de eclusa, que será usado para sair ao espaço aberto e que portará grande quantidade de reservas para a primeira expedição. Este será lançado ou a bordo de uma das espaçonaves do projeto Orion, ou será lançado, mas sem reservas de gêneros, no novo foguete-portador russo Angara-5.
No final de fevereiro e no início de março, na NASA foi realizada a primeira reunião de cientistas, durante a qual os especialistas mais eminentes em diferentes áreas explicaram aos funcionários da entidade espacial que papel a DSG poderia desempenhar em suas pesquisas.
Estes debates, sublinha Bassi, fizeram a agência prestar mais atenção à parte científica da missão e considerar o uso da DSG como uma plataforma para estudo da superfície lunar e não apenas para experimentos orbitais, como se planejava inicialmente.
Tal ideia, de acordo com o especialista, pode ser posta em prática caso a DSG gire em torno da Lua por uma órbita alongada especial, sendo que seu limite mais próximo quase tocará a superfície lunar, enquanto o mais distante ficará longe em espaço aberto.
A respectiva trajetória do movimento da estação não apenas permitirá enviar facilmente missões para a superfície, mas também eliminará um dos maiores problemas dos Centros de Controle de Missões na Terra, pois nesta órbita a DSG quase nunca ficará "na sombra" e não perderá a conexão com a Terra.
Além dos experimentos lunares, as mesmas expedições e a própria estação podem ser usadas para realizar a vigilância de toda a Terra em geral. Ademais, parte dos novos telescópios poderá ser instalada em crateras lunares que nunca são atingidas por raios solares. O portal Space.com adianta que a Agência Espacial Europeia está elaborando planos semelhantes.