Uma quadrilha com atuação nacional furtava veículos de dentro dos pátios do Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran) e do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT), em Maceió, com o uso de documentos falsificados. O grupo passou a ser investigado depois que donos dos automóveis perceberam que seus carros haviam desaparecido das unidades de custódia.

"Descobrimos que os criminosos apresentavam procurações falsificadas, selos de cartões também falsificados, estavam fazendo a retirada de forma ilegal desses veículos", afirmou o delegado Gustavo Xavier, responsável pelas investigações.

Como o golpe funcionava:

1. Apreensão e custódia

O esquema começava quando veículos eram apreendidos por infrações administrativas e encaminhados para os pátios do Detran ou DMTT.

2. Mapeamento e vídeos

Integrantes da quadrilha visitavam os pátios, identificavam os veículos mais interessantes e gravavam vídeos para oferecer os automóveis ilegalmente. As imagens eram usadas para atrair possíveis compradores.

3. Falsificação de documentos

Com um comprador interessado, os criminosos falsificavam documentos cartoriais, como procurações e selos, em nome dos verdadeiros donos.

4. Retirada fraudulenta

Com a documentação falsa, os golpistas conseguiam retirar os veículos dos pátios sem que os proprietários soubessem. A fraude enganava os sistemas internos dos órgãos de trânsito.

5. Venda clandestina ou desmanche

Os carros eram vendidos ilegalmente em Alagoas ou em outros estados do Nordeste, como Bahia, Pernambuco e Sergipe. Alguns deles também eram levados para desmanche.

As investigações apontam que mais de 50 veículos foram desviados com esse método. Até o momento, 27 foram recuperados e três suspeitos foram presos. A operação foi deflagrada na quarta-feira, 30, e a Polícia Civil segue apurando o envolvimento de outros integrantes, inclusive servidores públicos.