morte em arapiraca
Médica que matou ex-marido alega “emboscada” e cita abuso contra filha
Nadja Tamires afirma ter temido pela própria vida ao atirar em Alain Cavalcante
A médica Nadja Tamires, presa neste domingo, 16, após matar a tiros o ex-marido — o também médico Alain Cavalcante — falou sobre o crime em entrevista ao repórter Bruno Rafael, do Agora Alagoas. Ela afirmou que acreditava estar diante de uma “emboscada” e reiterou que a ação foi consequência de uma batalha judicial envolvendo a acusação de abuso sexual contra a filha do casal, então com dois anos.
O crime ocorreu no fim da tarde, em frente à Unidade Básica de Saúde do Sítio Capim, zona rural de Arapiraca. Dr. Alan foi encontrado morto dentro do carro após ser atingido por disparos. Segundo relatos de testemunhas, Nadja teria descido do seu automóvel efetuando os tiros. Após o homicídio, ela tentou fugir em direção a Maceió, onde acabou detida.
Na delegacia, Nadja relatou que a denúncia de abuso sexual contra a filha marcou o início do conflito. “A escola percebeu, as funcionárias perceberam… tomei coragem e denunciei. Pedi medida protetiva e ela foi concedida.” Ela também comentou sobre a resistência de familiares, citando comentários que minimizavam a violência: “Minha sogra dizia para eu ‘colocar ordem na casa’. Minha mãe dizia que estupro só acontece com pênis. Mas em 2025 a gente sabe que isso não é verdade.”
Sobre o momento do crime, Nadja afirmou ter agido em medo: “Ele não podia chegar a menos de 300 metros". E ao descer do próprio veículo, atirou contra o ex-marido. O Ministério Público havia apresentado uma ação contra Alain Cavalcante por violência doméstica e psicológica com base na denúncia feita por Nadja.
O processo foi aceito pela Justiça em setembro deste ano, e constava um boletim de ocorrência de suspeita de abuso sexual. Equipes do Instituto de Criminalística, Instituto Médico Legal e Polícia Militar estiveram no local para os procedimentos iniciais.



